Encontrar os estudos certos pode parecer caça ao tesouro: falta de estratégia gera viés, omissões e retrabalho. Aqui você vai aprender passo a passo como planejar, executar e documentar buscas robustas em PubMed, SciELO, BVS, Portal CAPES e repositórios, com exemplos práticos e templates. Prova rápida: práticas padronizadas reduzem omissões e tornam revisões auditáveis [F1].
Em dois parágrafos, você recebe um roteiro aplicável, ferramentas de priorização de bases, modelos de string, dicas de adaptação e como registrar tudo para submissão a banca ou periódico.
Em 40–60 palavras: combine PubMed para termos MeSH, SciELO/BVS para literatura em português, e Portal CAPES para acesso ampliado; valide strings com um bibliotecário, registre datas e contagens, exporte em RIS/BibTeX e deduplicate antes de selecionar. Essa mistura maximiza cobertura e reproducibilidade [F6] [F7].
Perguntas que vou responder
- Quais bases devo priorizar para meu tema?
- Como construir strings boas e testáveis?
- Como adaptar buscas entre plataformas e exportar resultados?
- O que registrar para tornar a busca reprodutível?
- Como buscar por autor, periódico e literatura cinzenta?
- Quais erros mais comuns e como evitá-los?
Quais bases devo priorizar
Conceito em 1 minuto: escolha por objetivo
Escolha bases conforme objetivo: PubMed/PMC para saúde e vocabulário MeSH; SciELO e BVS quando precisar de conteúdos em português e latino‑americanos; Portal CAPES para acesso ampliado via universidades; repositórios institucionais para teses e relatórios locais [F6] [F7] [F8].
O que os dados mostram, com exemplos práticos [F7]
Estudos metodológicos e guias institucionais recomendam combinar bases multidisciplinares e específicas para reduzir lacunas disciplinares. Em saúde, usar MeSH em PubMed e complementar com SciELO/BVS aumenta recuperação de literatura regional [F7].
Checklist rápido para priorizar bases
- Defina o objetivo: evidencia clínica, revisão temática, ou abrangência geográfica.
- Priorize uma base com vocabulário controlado (ex.: PubMed para MeSH).
- Adicione SciELO/BVS para português, Portal CAPES para acesso a periódicos pagos.
- Inclua repositórios institucionais para literatura cinzenta.
Se você não tem vínculo institucional, Portal CAPES pode ser inacessível; nesse caso, priorize SciELO, BVS e repositórios abertos, e peça acesso por empréstimo ou cooperação com uma biblioteca.

Mostra planejamento de strings para combinar termos controlados e palavras livres.
Como construir strings que funcionam
Conceito em 1 minuto: termos, controlados e operadores
Transforme sua pergunta em termos-key, sinônimos e termos controlados (MeSH/DeCS). Use AND para combinar conceitos, OR para sinônimos, NOT com cuidado; truncamento (ex.: therap*) e buscas por campo (title/abstract) aumentam precisão [F6] [F2].
O que os dados mostram, com exemplo em PubMed [F6] [F2]
Relatórios de prática mostram que combinar MeSH e palavras livres captura melhor estudos antigos e novos. Um teste piloto em PubMed revela que strings com MeSH “explodidos” recuperam termos específicos e variantes, enquanto palavras livres pegam termos emergentes [F6].
Passo a passo aplicável para montar e validar uma string
- Liste PICO ou elementos principais.
- Encontre MeSH/DeCS para cada elemento.
- Escreva blocos de sinônimos com OR, combine blocos com AND.
- Teste em PubMed, analise primeiros 20 resultados, refine.
- Registre a string final e a data do teste.
Exemplo autoral: para “adherence to medication” em doença crônica, a string inicial combinou MeSH(“Medication Adherence”) OR (adherence OR compliance) AND (chronic disease OR diabetes). Testei e refinei usando filtros de idioma e data.
Strings muito longas podem não funcionar em bases com campos limitados; nesses casos, priorize blocos essenciais e salve uma versão reduzida para reprodução.
Como adaptar buscas entre plataformas e exportar resultados
Conceito em 1 minuto: limites de sintaxe e campos
Cada base tem sintaxe e campos próprios. PubMed aceita MeSH e truncamento específico; SciELO e BVS usam menos vocabulário controlado e exigem adaptação da string. Planeje formatos de exportação como RIS ou BibTeX para gerenciadores de referência [F2] [F5].

Compara interfaces e resultados entre bases para demonstrar adaptação de sintaxe.
O que os dados mostram, com comparação entre SciELO e Portal CAPES [F5] [F7]
Guias de bibliotecas mostram que strings adaptadas, com remoção de operadores não suportados, mantêm sensibilidade. Portal CAPES oferece acesso a muitos periódicos, mas a interface para busca pode exigir campos diferentes. Consulte o guia da sua biblioteca para sintaxe específica [F5].
Passo a passo para exportar e limpar registros
- Execute buscas em cada base e exporte em RIS ou BibTeX.
- Importe tudo para um gerenciador (ex.: Zotero, Mendeley).
- Rode deduplicação automática, depois revisão manual.
- Salve um arquivo mestre com origem, data e número de registros por base.
Diagrama textual em 4 etapas: buscar → exportar por base → importar em gestor → deduplicar e registrar contagens.
Algumas bases não exportam metadados completos; nesses casos, capture registros via captura manual, ou exporte citações mínimas e complemente com busca por DOI.
O que registrar para tornar a busca reprodutível
Conceito em 1 minuto: documentação como evidência
Registrar strings completas, datas, filtros aplicados e número de registros por busca é essencial para reprodutibilidade e auditoria científica. Isso reduz viés de seleção e facilita revisões futuras [F1].
O que os dados mostram, com prática institucional [F1] [F4]
Manuais e guias institucionais recomendam logs que contenham: base, string, data, filtros, número bruto de resultados e arquivo exportado. Para revisões sistemáticas, registre protocolo e fluxo PRISMA quando aplicável [F4].

Exibe um modelo de log para documentar strings, datas e número de registros.
Template de log e passo a passo para registrar buscas
- Abra uma planilha com colunas: base, data, string, filtros, resultados brutos, arquivo exportado, observações.
- Anexe o arquivo RIS/BibTeX correspondente.
- Mantenha um log de alterações: quem alterou a string e por quê.
- Inclua prints ou export do histórico quando possível.
Exemplo autoral de entrada de log: PubMed | 12/03/2025 | (“Diabetes Mellitus”[MeSH] OR diabetes) AND (“Medication Adherence”[MeSH]) | filtros: últimos 10 anos | resultados brutos: 1.234 | arquivo: pubmed_march12.ris.
Em buscas exploratórias iniciais, um log minimalista pode bastar; antes de submissão, atualize e complete o registro.
Como buscar por autor, periódico e literatura cinzenta
Conceito em 1 minuto: variantes de nome e fontes alternativas
Buscas por autor exigem variantes de nome, afiliação e, quando disponível, ORCID. Para periódicos, use browse por título e filtros de periódico. Repositórios institucionais, bibliotecas digitais e catálogos locais são cruciais para literatura cinzenta [F4] [F5].
O que os dados mostram, com um caso prático em repositórios [F4] [F5]
Guias de bibliotecas universitárias mostram que teses e dissertações frequentemente não aparecem em bases comerciais; recuperar esse material exige busca em catálogos institucionais e contatos com bibliotecas. Usar ORCID resolve ambiguidade de autor em muitas plataformas [F5].
Passo a passo prático para autor e obra cinzenta
- Busque variações do nome do autor e combine com instituição e ORCID.
- Pesquise periódicos pelo ISSN/título para listar índices onde são indexados.
- Acesse repositórios institucionais, busque por termos e por departamento.
- Quando necessário, contate autores para dados ou preprints.
Nomes comuns geram buscas ruidosas; filtre por afiliação e período, e valide com correspondência de área de pesquisa.
Erros comuns e como evitá-los

Destaca erros comuns em buscas e a necessidade de validação e deduplicação.
Conceito em 1 minuto: armadilhas que comprometem revisões
Erros frequentes incluem dependência de uma única base, ausência de termos controlados, documentação insuficiente e deduplicação pobre. Essas falhas aumentam o viés e o retrabalho [F1] [F3].
O que os dados mostram, com exemplos de falhas em revisões [F3]
Avaliações metodológicas apontam que revisões com buscas mal documentadas omitem estudos relevantes e enfrentam rejeição em revisão por pares. Revisões bem documentadas têm maior aceitação e replicabilidade [F3].
Cinco armadilhas e correções rápidas
- Usar apenas palavras-chave, sem MeSH/DeCS: corrija com mapeamento de termos controlados.
- Não registrar datas e números: registre sempre em planilha.
- Falhar na deduplicação: use gestor de referências e revisão manual.
- Ignorar literatura local: inclua SciELO/BVS e repositórios.
- Não validar com bibliotecário: agende uma sessão de validação.
Em revisões rápidas, reduzir escopo e documentar a limitação é aceitável; registre isso claramente no protocolo.
Como validamos
Revisamos guias institucionais e manuais das plataformas, incluindo ajuda do PubMed e orientações de bibliotecas universitárias, e adotamos práticas recomendadas por serviços de informação [F6] [F4] [F5]. Testamos strings exemplo em PubMed e adaptamos para SciELO/BVS para confirmar diferenças de sintaxe. Onde aplicável, priorizamos recomendações para registros e exportação em gestores de referência [F2].
Conclusão rápida e chamada à ação
Resumo: combine PubMed, SciELO/BVS e Portal CAPES conforme objetivo, use MeSH/DeCS e palavras livres, valide strings com um bibliotecário e registre tudo em planilha antes da seleção. Ação prática agora: agende uma sessão de 30 minutos com a biblioteca da sua universidade para validar a string e exportação. Recurso institucional recomendado: Portal de Periódicos CAPES (consulte a biblioteca para acesso). Atualize buscas 2–4 semanas antes da submissão.
FAQ
Preciso aprender MeSH antes de tudo?
Mapear MeSH/DeCS nas primeiras iterações aumenta sensibilidade da busca. Passo: pesquise termos no MeSH e teste rapidamente em PubMed.
Quanto tempo leva uma busca reproduzível?
Uma estratégia inicial e teste em uma base pode levar 2–4 horas; documentar e adaptar a outras bases mais 2–6 horas, dependendo da complexidade. Próximo passo: priorize validar com bibliotecário para ganhar tempo.
Como faço se não tenho acesso ao Portal CAPES?
Use SciELO, BVS e repositórios abertos; peça colaboração a um(a) orientador(a) com vínculo institucional ou solicite acesso temporário à biblioteca. Ação prática: solicite acesso via biblioteca ou colaboração institucional.
É obrigatório registrar protocolo PRISMA para mestrado?
Para revisões sistemáticas é recomendado; para revisões narrativas, registre procedimentos e procure orientação do orientador. Insight: um log de busca já melhora transparência. Próximo passo: consulte seu orientador sobre o formato exigido.
Como evitar duplicatas ao exportar várias bases?
Importe em um gestor, rode ferramentas automáticas e faça revisão manual dos pares suspeitos; documente critérios de remoção. Passo: defina critérios de deduplicação e registre a decisão na planilha.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F1] – https://www.scielo.br/j/tce/a/SyhRj7G4RFHVh3MZtHDSGQx/
- [F6] – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/help/
- [F7] – https://www.periodicos.capes.gov.br/
- [F8] – https://bvsalud.org/
- [F2] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12410110/
- [F5] – https://www.sibi.ufscar.br/arquivos/guia-pratico-dos-recursos-informacionais-da-ufscar-corrigido-2024.pdf
- [F4] – https://portal.bu.ufsc.br/servicos/orientacao-para-pesquisa-em-bases-de-dados/
- [F3] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11893052/