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Ética e integridade acadêmica

  • Como lidar com críticas acadêmicas de forma construtiva

    Como lidar com críticas acadêmicas de forma construtiva

    Críticas acadêmicas podem parecer pessoais e paralisantes, especialmente quando você está terminando a graduação ou se preparando para o mestrado. Aqui você vai aprender um método prático para transformar comentários em revisões objetivas que aumentam suas chances de publicação e fortalecem sua pesquisa.

    Prova: diretrizes de editoras e estudos sobre resposta a revisores mostram que respostas ponto a ponto bem estruturadas elevam a probabilidade de aceitação e reduzem retrabalhos [F1][F2]. O que vem a seguir: mapa de dúvidas comuns, passo a passo para organizar comentários, modelo de carta de resposta, gestão emocional e caminhos institucionais no Brasil.

    Snippet: Aprenda a classificar críticas (técnicas, interpretativas, formais), criar uma planilha de controle e escrever uma carta de resposta ponto a ponto. Aplique um ciclo claro: leitura à distância → tabela comentário→ação→revisão com orientador → submissão, para transformar críticas em progresso mensurável.

    Perguntas que este guia responde

    • O que são e como classificar críticas acadêmicas?
    • Qual é o passo a passo para responder a revisores?
    • Como escrever uma carta/resposta eficaz?
    • Como gerir o impacto emocional e o tempo?
    • Quando e como recorrer ao editor?
    • Que apoio institucional existe no Brasil?

    O que são críticas acadêmicas e como classificá‑las?

    Crítica acadêmica = comentário avaliativo sobre um trabalho científico (manuscrito, proposta, relatório). Operacionalmente, e útil para priorizar trabalho, dividem‑se em: (a) técnicas (método, análise), (b) interpretativas (teoria, conclusões), (c) formais (estilo, formatação). Classificar é a etapa inicial para responder eficientemente.

    Orientações editoriais e manuais para autores definem essas categorias e recomendam respostas segmentadas; autores que adotam classificação relatam respostas mais rápidas e completas [F1][F3].

    Checklist rápido (use no primeiro passe):

    • Leia todos os comentários sem responder imediatamente.
    • Classifique cada item: Técnica / Interpretativa / Formal.
    • Registre em planilha: Comentário → Tipo → Página/linha → Ação sugerida → Prazo.

    Mini‑framework exclusivo: CLASS (C: Categorizar, L: Localizar no texto, A: Ação proposta, S: Substituir/justificar, S: Submeter).

    quando a banca faz críticas fortemente contraditórias entre revisores, classificação sozinha não resolve; aí priorize comentários repetidos e consulte o orientador para negociar prioridades.


    Mesa com laptop mostrando alterações, planilha de comentários e caneca, vista superior

    Qual é o passo a passo para responder a revisores?

    Resposta a revisores é um documento técnico. O objetivo é mostrar que você considerou cada comentário e tomou uma ação ou apresentou justificativa fundamentada. Padrão recomendado: resumo das alterações seguido de resposta ponto a ponto.

    Guias de editoras e tutoriais sobre como responder a revisores descrevem formato preferido e exemplos práticos; usar uma tabela ou carta detalhada aumenta transparência e facilita decisão editorial [F2][F3].

    Roteiro prático (passo a passo):

    1. Faça uma leitura completa e espere 24–48h para reduzir reação emocional.
    2. Preencha a planilha CLASS para cada comentário.
    3. Redija um resumo das mudanças no topo da carta.
    4. Para cada comentário: copie o comentário, descreva a alteração (com localização exata) ou justifique por que não foi atendido, anexando evidência/figuras/tabelas novas.
    5. Peça revisão do orientador(e) e de um colega antes de enviar.

    Exemplo autoral (resposta curta preenchida):

    Comentário do revisor 2: “A amostra parece pequena para análise X.” — Resposta: “Agradecemos. Calculamos o poder estatístico adicional (adicionado na pág. 12). Resultado: potência 0,82; incluímos interpretação no Método. Mudança: Tabela 3, linhas 2–4.”

    Mini‑framework exclusivo: PARE (P: Pausar, A: Anotar, R: Responder, E: Enviar após revisão).

    se o pedido do revisor exige novos experimentos fora do escopo financiado, documente o limite, ofereça análises alternativas (simulações, análise de sensibilidade) e proponha estudos futuros; se necessário, negocie com o editor.


    Mãos digitando carta de resposta no laptop, com checklist ao lado
    Mostra a redação da carta formal: resumo das mudanças e respostas numeradas.

    Como escrever uma carta de resposta eficaz?

    A carta de resposta é comunicação formal com o editor e revisores. Deve ser clara, concisa e educada, com tom profissional e reconhecimento pelas contribuições.

    Manuais de resposta e guias de estilo recomendam abrir com agradecimento e resumo das mudanças, depois seguir com respostas numeradas. Cartas bem estruturadas aceleram decisões editoriais [F2][F6].

    Template de carta (estrutura mínima):

    • Saudação breve ao Editor.
    • Parágrafo resumo: principais alterações e contribuição às preocupações mais relevantes.
    • Lista numerada de respostas: “Comentário 1”; “Resposta”; “Localização da alteração”.
    • Encerramento cordial e assinatura.

    Snippet de resposta (exemplo preenchido):

    Resumo: adicionamos análise de sensibilidade e reforçamos a discussão teórica (pág. 10–14).

    Coment. 3 (método): implementada análise de sensibilidade; ver pág. 11, Tabela S1.

    Mini‑framework exclusivo: CARA (C: Cumprimente, A: Agradeça, R: Responda, A: Aponte localização).

    evitar respostas longas demais; se a revisão exige material extenso, inclua um apêndice suplementar e explique concisamente no corpo da carta.


    Mesa de pausa com caneca, laptop fechado e caderno, mãos apoiadas ao lado
    Sugere estratégias de regulação e pausas curtas para reduzir reatividade antes de responder.

    Como gerir impacto emocional, tempo e prioridades?

    Reação emocional é comum; gestão emocional = estratégias para evitar que estresse comprometa qualidade da resposta. Tempo e recursos são limitados para quem equilibra pesquisa, trabalho e vida pessoal.

    Estudos sobre saúde mental na academia relatam ansiedade relacionada a revisões e rejeições; intervenções breves de regulação emocional e suporte institucional reduzem impacto negativo [F5].

    Plano prático para uma autora finalizando a graduação:

    1. Divida o trabalho em blocos: leitura (1 dia), classificação (1 dia), rascunho de respostas (2–4 dias), revisão com orientador (1–2 dias).
    2. Use técnica 4‑4‑4 para regulação: 4 respirações lentas, 4 minutos de caminhada curta, 4 tarefas pequenas concluídas.
    3. Se sentir esgotamento: acione serviço de apoio psicológico da universidade e peça extensão de prazo ao editor com justificativa documentada.

    Mini‑framework exclusivo: TEMPO (T: Tabule, E: Estime, M: Modular, P: Pausas, O: Orientador/programa).

    técnicas de autorregulação não substituem necessidade de acompanhamento clínico em casos de depressão severa; busque serviços especializados.


    Quando discordar do revisor e como recorrer ao editor?

    Discordar é legítimo quando há base técnica. A via apropriada é argumentar com evidência científica clara e, se necessário, solicitar intervenção do editor.

    Guias de resposta recomendam explicações fundamentadas; quando há erro técnico grave ou conflito entre revisores, contatar o editor com tom profissional e documentação é a prática aceitável [F6].

    Como formular contestação:

    • Reúna evidências (literatura, dados adicionais, normas).
    • Explique por que a mudança solicitada não é apropriada e ofereça alternativa.
    • No corpo da carta, escreva: “Ao revisor X: entendemos a preocupação; no entanto, dados Y mostram… Propomos alternativa Z”.
    • Se o problema for conduta inadequada do revisor, comunique ao editor de forma reservada.

    Mini‑framework exclusivo: PROVE (P: Prova, R: Resuma, O: Ofereça alternativa, V: Verifique, E: Envie).

    recorrer ao editor por cada desacordo trivial pode soar combativo; reserve recurso apenas para impasses técnicos ou éticos.


    Oficina pequena com grupo em mesa, cadernos e quadro branco, foco nas mãos
    Ilustra oficinas e redes de apoio acadêmico para melhorar respostas e formatação.

    Onde encontrar apoio e oficinas no Brasil?

    Instituições brasileiras oferecem apoio em diferentes níveis: programas de pós, pró‑reitorias, núcleos de escrita e eventos de capacitação. Esses serviços ajudam com formatação, resposta a revisores e regulação emocional.

    Relatos institucionais e páginas de centros de apoio mostram aumento de submissões após programas de capacitação e eventos sobre publicação [F4][F3].

    Checklist de recursos a buscar:

    Dica prática: mantenha uma pasta com templates de carta e versão controlada do manuscrito para acelerar re‑submissões.

    Mini‑framework exclusivo: BRA (B: Buscar oficina, R: Reunir equipe, A: Aderir ao calendário de prazos).

    nem todo programa tem recursos amplos; em instituições menores, procure cursos online confiáveis e redes de apoio interinstitucional.


    Como validamos

    Este guia foi sintetizado a partir de diretrizes editoriais e materiais institucionais (manuais de autores e guias de resposta a revisores) e de estudos sobre impacto emocional de revisões acadêmicas citados nas referências. Priorizamos recomendações práticas que aparecem de forma consistente nas fontes e testamos o fluxo sugerido (CLASS → PARE → CARA) em exemplos autorais para garantir aplicabilidade.

    Conclusão — resumo e ação imediata

    Resumo: categorize críticas, responda ponto a ponto com evidência, mantenha tom profissional e cuide da sua saúde emocional. Ação prática agora: crie a planilha CLASS e complete um ciclo (leitura → classificação → rascunho de respostas) antes da próxima reunião com seu(a) orientador(a). Recurso institucional sugerido: inscreva‑se na oficina de escrita científica do seu programa ou na pró‑reitoria.

    FAQ

    Quanto tempo devo esperar antes de responder a críticas?

    Espere 24–48 horas para reduzir reatividade; então faça a leitura sistemática e comece a clas­sificação. Insight: um breve intervalo melhora a clareza e a objetividade.

    Posso ignorar comentários de formatação?

    Não; correções formais são rápidas e demonstram profissionalismo. Priorize comentários técnicos e interpretativos, mas resolva formais antes de reenviar.

    E se meu orientador não concordar com minhas respostas?

    Discuta itens ponto a ponto e apresente evidências; se persistir divergência, proponha alternativas justificadas e peça ao orientador para selecionar o posicionamento final.

    O que faço quando um revisor pede novos experimentos que não cabem no prazo?

    Explique claramente a limitação na carta e ofereça análises alternativas ou planos de trabalho futuros; negocie com o editor se necessário.

    Como lidar com críticas que ferem minha confiança?

    Use estratégias de regulação (respiração, dividir tarefas) e busque apoio do serviço de psicologia da universidade; conversar com colegas pode normalizar a experiência.

    Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.

    Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós‑doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.


    Atualizado em 24/09/2025

  • Planejamento da submissão científica

    Planejamento da submissão científica

    Se seus rascunhos vivem “quase prontos”, este guia mostra como transformar esforço em envio sólido, reduzir idas e vindas e aumentar suas chances de aceite. Neste guia how-to, você vai dominar a submissão de artigo científico em etapas práticas, com checklists, modelos de carta e dicas para responder a revisores sem atrito.

    Considere também revisar sua estrutura de artigo, o critério de escolha da revista, o uso de um gerenciador de referências e um cronograma de escrita — esses pilares aceleram a preparação final.

    O que é submissão de artigo científico

    Submissão de artigo científico é o processo formal de envio do manuscrito e documentos complementares a um periódico, seguindo normas específicas, para avaliação por pares e decisão editorial.

    Como funciona a revisão por pares

    A revisão por pares é o coração do processo editorial. Primeiro, o editor avalia se o tema e o formato se encaixam no escopo do periódico. Se houver aderência, envia o manuscrito a revisores especialistas, que examinam métodos, resultados, interpretação, conclusões, tabelas, figuras e referências. Com base nesses pareceres, o editor decide por aceitação, rejeição (imediata ou após revisão) ou “revisar e reenviar”. O valor dessa etapa é simples: ela garante padrões mínimos de qualidade, oferece feedback crítico e indica ajustes que fortalecem o artigo.

    Como preparar a submissão de artigo científico

    • Ajuste o manuscrito às normas da revista (formatação, limites de palavras, estilo de referências, políticas de dados/figuras).
    • Reescreva o resumo com os resultados finais, sem pressa: editores e revisores percebem inconsistências.
    • Garanta que tabelas, figuras e referências estejam completas e legíveis.
    • Redija uma carta de apresentação que destaque a descoberta central e a relevância para o público do periódico.

    Dica ética: alinhe autoria e contribuições antes do envio e registre a aprovação final de todos os autores. Frase salva-amizades: “A ordem poderá mudar se as contribuições mudarem.”

    Mãos digitam carta de apresentação no laptop com bloco de notas ao lado
    Carta objetiva, cordial e específica aumenta a aderência ao periódico.

    Carta de apresentação: o que dizer e como dizer

    A carta é sua primeira impressão. Ela deve:

    • Solicitar a consideração do manuscrito (cite o título).
    • Resumir em 2–3 frases o problema, o principal achado e a relevância.
    • Explicar por que o artigo interessa ao público da revista (se houver, mencione trabalhos anteriores do periódico de forma genuína).
    • Declarar exclusividade, conflitos de interesse, aprovações éticas e outros itens exigidos.
    • Sugerir 2–3 revisores potenciais sem conflitos de interesse (evite coautores, colaboradores recentes e orientadores).

    Feche com agradecimento e disponibilidade para revisões. Seja objetivo, cordial e específico.

    Mãos no laptop com documentos e checklist ao lado durante submissão on-line
    Revise metadados e anexos antes do envio no sistema.

    Submissão on-line: fluxo e cuidados

    Sistemas de submissão guiam passo a passo e permitem salvar e retomar. Preencha metadados com atenção (autores, afiliações, resumo, palavras-chave), anexe arquivos conforme instruções (manuscrito sem identificadores no arquivo cego, figuras em alta resolução, checklist da revista, carta de apresentação) e revise tudo antes de clicar em “Submit”. Arquive recibos e e-mails. Acompanhe o status no painel; se não houver movimentação em 2–3 meses, escreva ao periódico com gentileza.

    Problemas comuns e como evitar

    Erros recorrentes incluem texto longo e divagante, submissão duplicada, referências incompletas, falta de aprovação final dos autores e baixa originalidade. Originalidade não é só “inédito”: pode significar trazer novos dados, confirmar/refutar/ampliar achados prévios ou melhorar a compreensão de métodos e práticas. A solução é calibrar escopo, enxugar o texto, sustentar afirmações com evidências e deixar claro o seu contributo.

    Decisões editoriais: o que significam e como agir

    • Aceitação: celebre e revise provas com atenção.
    • Revisar e reenviar: sinal de interesse real. Responda ponto a ponto, comedidamente, e destaque mudanças no manuscrito.
    • Rejeição: é mais comum que o aceite. Use os comentários para fortalecer o trabalho e reencaminhe a um periódico mais alinhado.

    Ao responder revisores, agradeça cada comentário, responda individualmente e apoie suas posições com dados e referências. Quando discordar, explique com respeito e evidências; evite respostas genéricas.

    Lidando com rejeição de forma produtiva

    Não personalize a decisão. Reúna coautores, priorize os apontamentos que aumentam clareza e solidez metodológica, e ajuste o enquadramento ao escopo de outra revista. Alternativas incluem condensar a mensagem central em Carta ao Editor. Reforce sua prática participando de clubes de revista e revisões por pares em grupo — a curva de aprendizado acelera a próxima submissão.

    Caderno aberto com etapas numeradas ao lado de laptop e caneta
    Sequência de 11 etapas para enviar com segurança.

    Passo a passo

    1. Verifique o escopo: confirme aderência temática e de formato à revista-alvo.
    2. Aplique as normas: formatação, limites de palavras, estilos de citação, políticas de dados e figuras.
    3. Revise título, resumo e palavras-chave para refletirem os resultados finais.
    4. Audite figuras, tabelas e referências quanto à completude e qualidade.
    5. Alinhe autoria e aprovações: todos os autores revisam e aprovam a versão final.
    6. Redija a carta de apresentação com achado central e pertinência ao periódico.
    7. Prepare documentos obrigatórios: declarações éticas, conflitos de interesse, originalidade, dados complementares.
    8. Sugira revisores sem conflitos e evite nomes com relação recente aos autores.
    9. Preencha metadados no sistema e anexe arquivos nos formatos exigidos.
    10. Faça a conferência final (versão cega, nomenclatura, ordem dos arquivos) e submeta.
    11. Acompanhe o status e, ao receber parecer, responda ponto a ponto dentro do prazo.

    Micro-case

    Com duas sessões de 120 minutos por semana, uma equipe organizou carta, checklist e arquivos de submissão em 14 dias. O primeiro parecer chegou em 9 semanas; responderam em 7 dias com alterações destacadas e uma nota cordial. Na segunda rodada, receberam “aceite com ajustes menores” e finalizaram provas uma semana depois.

    Prancheta com checklist marcado e caneta sobre mesa minimalista
    Itens essenciais para garantir conformidade com a revista.

    Checklist

    • Normas da revista aplicadas ao manuscrito e arquivos.
    • Resumo fiel aos métodos e resultados finais.
    • Carta de apresentação curta, específica e cordial.
    • Figuras/tabelas legíveis; referências completas e no estilo exigido.
    • Autoria alinhada; aprovação final de todos os autores.
    • Documentos obrigatórios anexados (ética, conflitos, originalidade).
    • Revisores sugeridos sem conflitos e justificativa breve.
    • Conferência do sistema: metadados, arquivos, versão cega.
    • Registro do número de submissão e prazos para acompanhamento.
    • Plano claro para responder a revisores.

    Resumo

    A submissão é a etapa que converte seu manuscrito em avaliação científica. Com preparação cuidadosa, carta objetiva e resposta estruturada aos revisores, você reduz retrabalho e aumenta a chance de aceite. Baixe o modelo de esqueleto e duplique a planilha de cronograma — em 15 min você sai com um roteiro publicável.

    FAQ

    Pergunta: Como começar a submissão de artigo científico do zero em um projeto com prazos curtos?

    Resposta: Defina a revista-alvo e aplique suas normas ao manuscrito; em paralelo, redija a carta de apresentação e revise o resumo para refletir resultados finais. Reserve blocos de 120 minutos para preparar documentos obrigatórios e organizar arquivos; feche autoria e aprovações antes de entrar no sistema.

    Pergunta: Quais documentos são obrigatórios na submissão de artigo científico?

    Resposta: Além do manuscrito, prepare carta de apresentação, figuras/tabelas em formato exigido, declarações éticas e de conflitos de interesse, originalidade/exclusividade e, quando solicitado, dados suplementares. Verifique a lista específica da revista na página “Instructions for Authors” antes de submeter.

    Pergunta: Quanto tempo reservar por semana para a preparação da submissão gerar progresso real?

    Resposta: Dois blocos semanais de 120 minutos costumam bastar para montar carta, checklist e arquivos em cerca de duas semanas. Marque marcos concretos por sessão (ex.: “finalizar referências”, “exportar figuras em alta”) e revise tudo em um pass-through final antes do envio.

    Pergunta: Quais critérios decidem a ordem de autoria segundo diretrizes reconhecidas?

    Resposta: Siga critérios de contribuição substancial, revisão crítica e aprovação final como nas diretrizes do ICMJE; conflitos e disputas devem ser tratados com transparência, alinhados às boas práticas da COPE. Documente acordos e lembre-se: a ordem pode mudar se as contribuições mudarem.

    Pergunta: Quando dados, figuras e métodos devem estar fechados para evitar retrabalho na discussão?

    Resposta: Feche métodos e resultados principais antes de reescrever o resumo e a carta; só então gere figuras/tabelas finais nos formatos exigidos. Mudanças após submissão exigirão explicações na resposta aos revisores, então priorize estabilidade nessa etapa.

    Pergunta: Quais sinais indicam risco de rejeição imediata e como corrigir?

    Resposta: Desalinhamento com o escopo, resumo inconsistente e referências falhas são gatilhos frequentes. Corrija enxugando o texto, ajustando o enquadramento ao público da revista e checando a integridade das citações e dos dados apresentados.

    Pergunta: Quando entrar em contato com o periódico sobre o status da revisão por pares?

    Resposta: Se não houver atualização em 2–3 meses, envie mensagem breve e cordial ao editor perguntando pelo andamento. Cite o número do manuscrito e ofereça-se para fornecer materiais adicionais, se necessário.

    Pergunta: O que fazer se a estratégia de resposta aos revisores falhar e vier rejeição?

    Resposta: Use os comentários como roteiro de melhorias, ajuste narrativa e método conforme possível e encaminhe a uma revista mais adequada. Reúna coautores, priorize mudanças de maior impacto e mantenha um cronograma curto para nova submissão.

    Atualizado em 22/09/2025

    Diretrizes consultadas: ICMJE; COPE.

  • Tabelas e figuras no artigo

    Tabelas e figuras no artigo

    Se suas imagens ficam “quase prontas” e voltam do parecer com pedidos de ajuste, este guia mostra como acertar de primeira. Neste guia how-to, você vai planejar, formatar e revisar tabelas e figuras em artigos científicos de forma autoexplicativa, seguindo boas práticas editoriais e evitando retrabalho.

    Tabela impressa e gráfico simples lado a lado em fundo branco
    Elementos gráficos que sintetizam dados, métodos e resultados.

    O que é tabelas e figuras em artigos científicos

    Tabelas e figuras em artigos científicos são elementos gráficos que sintetizam dados, métodos e resultados para leitura rápida e precisa, complementando o texto do manuscrito. Bem executadas, elas comunicam descobertas-chave com clareza e economia de espaço.

    Por que caprichar em visualizações: princípios que guiariam um editor exigente

    A excelência gráfica combina substância, estatística e design. Para isso, aplique estes quatro princípios:

    • Clareza, precisão e eficiência na comunicação.
    • Máximo de ideias com o mínimo de “tinta” (economia visual).
    • Exibição honesta dos dados, sem distorções.
    • Conexão direta com as perguntas de pesquisa e as análises estatísticas.

    Se ainda estiver montando o manuscrito, consulte seu conteúdo pilar sobre estrutura de artigo e mantenha um gerenciador de referências e um cronograma de escrita para alinhar o tempo de produção com as versões de coautores.

    O que vai em tabela e o que vai em figura

    • Tabelas favorecem comparação detalhada e leitura por linhas/colunas (características, amostras, resultados numéricos).
    • Figuras favorecem padrões, tendências e relações (gráficos de linha/coluna, boxplots, fluxogramas, mapas, ilustrações de métodos).
    • A maioria dos periódicos permite 5–6 ilustrações no corpo; excedentes vão para material suplementar.
    • Se um leitor “externo” compreende a mensagem sem ler o texto, o elemento é autoexplicativo e está pronto para revisão.

    Critérios práticos de escolha

    • Se o foco é magnitude e direção: gráfico.
    • Se o foco é granularidade e valores precisos: tabela.
    • Se há muitas categorias/variáveis: avalie dividir em painéis (“A, B, C”) ou mover parte para o suplemento.

    Como formatar tabelas e figuras em artigos científicos

    • Referencie no texto em ordem cronológica (Tabela 1, Figura 1…).
    • Em submissões, é comum posicioná-las após as referências; verifique se a revista pede arquivos separados.
    • Título: em tabelas, no topo; em figuras, abaixo.
    • Cheque formatos e resolução exigidos (TIFF, JPEG, PNG; p.ex., 300–600 dpi) no guia da revista.
    • Mantenha consistência de termos, grupos e nomenclaturas entre texto, tabelas e figuras.

    Integração com o texto

    • Não repita números no corpo do artigo; destaque somente as descobertas principais que a figura/tabela demonstra.
    • Faça os “ganchos” textuais antes da exibição: “Como mostrado na Figura 2…”, sempre na ordem em que aparecem.
    Mão escrevendo título e legenda em caderno com anotações
    Títulos informativos e legendas que explicam abreviações, unidades e níveis de P.

    Títulos e legendas autoexplicativos

    • Títulos informativos e específicos: digam “o quê, onde e quando” (amostra, variável principal, contexto).
    • Legendas devem:
      • Explicar abreviações e símbolos.
      • Indicar escalas e unidades de medida.
      • Informar níveis de significância (P<0,05; P<0,01; P<0,001).
    • Unidades nos cabeçalhos das colunas/linhas, não dentro das células.
    • Títulos de coluna curtos (máx. 2 linhas); ordene comparações da esquerda para a direita, e linhas de cima para baixo em lógica clara (geral→subamostras).
    Gráfico de barras em escala de cinza com alto contraste sobre papel
    Uso de P&B e padrões para preservar contraste e acessibilidade sem custos extras.

    Cores e estilo sem perder legibilidade (e sem pagar taxas desnecessárias)

    • Muitos periódicos cobram por figuras coloridas; prefira preto e branco/escala de cinza sempre que preservar contraste e leitura.
    • Em tabelas, use apenas linhas horizontais para separar cabeçalhos; evite linhas verticais. Para tabelas largas, considere orientação paisagem.
    • Teste padrões e hachuras para distinguir séries em P&B; não dependa de cor para codificar informação crítica (acessibilidade).

    Permissões e ética no uso de imagens

    • Obtenha permissão escrita para reutilizar figuras/tabelas de terceiros e aponte claramente a fonte na legenda.
    • Siga as recomendações do ICMJE para preparo e responsabilidade autoral (ICMJE, 2025) ao decidir sobre reutilização e transparência.
    • Muitas revistas exigem anexar a autorização no envio; por exemplo, veja as exigências de reutilização e documentação em instruções de autores de revistas clínicas (PAIN, 2024).
    • Em disputas de autoria ou crédito, recorra às orientações da COPE e registre as contribuições. A ordem poderá mudar se as contribuições mudarem.
    Checklist numerado em prancheta ao lado de laptop visto de cima
    Sequência de sete etapas para acertar figuras e tabelas na primeira submissão.

    Passo a passo

    1. Selecione descobertas-chave

      Defina quais resultados realmente precisam de visualização. Limite o corpo do artigo a 5–6 elementos; excedentes vão ao suplemento.

    2. Decida entre tabela ou figura

      Padrões e tendências em figura; detalhe numérico em tabela. Divida em painéis se necessário.

    3. Escreva títulos e legendas autoexplicativos

      Contextualize amostra e variável; explique abreviações, escalas e níveis de significância.

    4. Padronize unidades e nomenclaturas

      Coloque unidades nos cabeçalhos; uniformize termos entre texto, eixos e colunas.

    5. Formate arquivos e resolução

      Gere nos formatos e dpi exigidos; nomeie arquivos de forma rastreável (Fig1_metodo.tif).

    6. Integre ao texto na ordem correta

      Cite Tabela/Figura na ordem de aparecimento; evite duplicação de dados no corpo.

    7. Revise com leitor externo

      Peça a alguém de fora do estudo para validar se cada elemento é autoexplicativo; ajuste antes da submissão.

    Micro-case

    Em um artigo com 9 visualizações, mantivemos 6 figuras no corpo e movemos 3 tabelas detalhadas para o suplemento. Ao padronizar unidades nos cabeçalhos e escrever legendas que explicavam abreviações e níveis de P, o parecer editorial não solicitou cortes ou reordenação das ilustrações, acelerando a aceitação após revisão menor.

    Checklist

    • Escolha as descobertas-chave que merecem visualização.
    • Defina se cada resultado pede tabela ou figura.
    • Crie títulos claros e informativos.
    • Escreva legendas autoexplicativas (abreviações, unidades, P).
    • Evite repetir dados no texto; destaque apenas o essencial.
    • Use apenas linhas horizontais em tabelas; evite verticais.
    • Garanta legibilidade em P&B; não dependa só de cor.
    • Inclua unidades nos cabeçalhos, não nas células.
    • Verifique formatos, resolução e envio em arquivos separados.
    • Insira cada tabela/figura em nova página (após referências) quando aplicável.

    Resumo

    Tabelas e figuras sólidas nascem de escolhas deliberadas, legendas autoexplicativas e formatação fiel às exigências do periódico. Foque no que importa, padronize unidades e termos e valide com um leitor externo antes de submeter.

    CTA: Baixe o modelo de esqueleto e duplique a planilha de cronograma — em 15 min você sai com um roteiro publicável.

    FAQ

    Pergunta: Como começar tabelas e figuras em artigos científicos do zero quando o tempo é curto?
    Resposta: Liste 3–5 descobertas-chave e decida para cada uma se comunica melhor como figura (padrão) ou tabela. Esboce títulos/legendas com amostra, variável e unidade; isso guia o restante da produção e evita retrabalho.

    Pergunta: Quanto reservar de espaço no manuscrito para elementos gráficos sem ultrapassar limites da revista?
    Resposta: Planeje 5–6 elementos no corpo e mova o restante para o suplemento. Use painéis (A, B, C) quando fizer sentido, mantendo legibilidade e limites de tamanho da revista.

    Pergunta: Quais critérios usar para decidir se um resultado vira tabela ou figura?
    Resposta: Se o leitor precisa enxergar tendência, diferenças ou distribuição, escolha figura; se precisa comparar valores exatos ou muitas categorias, escolha tabela. Teste com um leitor externo: se ele entende a mensagem em 10–15 segundos, a escolha foi adequada.

    Pergunta: Como garantir qualidade e evitar erros comuns em títulos e legendas?
    Resposta: Escreva títulos informativos (o quê, onde, quando) e legendas que expliquem abreviações, unidades e níveis de P. Coloque unidades nos cabeçalhos, não nas células, e mantenha termos consistentes entre texto, eixos e colunas.

    Pergunta: O que observar sobre permissões e reutilização de imagens de terceiros?
    Resposta: Solicite permissão escrita e cite a fonte na legenda; alguns periódicos pedem anexar os comprovantes. Consulte recomendações do ICMJE (2025) e siga as exigências de revistas clínicas sobre reutilização (PAIN, 2024).

    Pergunta: Quando finalizar dados, figuras e métodos para evitar retrabalho na discussão?
    Resposta: Finalize tabelas/figuras após consolidar a análise principal e antes de redigir a discussão; isso evita reescrever interpretações. Fixe nomenclaturas e unidades nessa etapa para manter consistência até a submissão.

    Pergunta: O que fazer se, após duas semanas, as visualizações ainda não estiverem claras?
    Resposta: Reduza escopo: priorize 5–6 elementos centrais, converta excesso para suplemento e reescreva legendas para ficarem autoexplicativas. Se persistir, peça revisão de um colega externo e ajuste conforme o feedback.

    Fontes externas citadas:

    • Recomendações do ICMJE sobre preparo de manuscritos (ICMJE, 2025).
    • Instruções de autores com exigências de reutilização e permissões (PAIN, 2024).

    Atualizado em 22/09/2025

    Diretrizes consultadas: ICMJE; COPE.