Publicar antes da revisão por pares levanta dúvidas: vou perder controle, corro risco com a mídia ou consigo provar prioridade? Publicar um pré-print oferece uma forma prática de registrar antecedência e ampliar visibilidade sem sacrificar a integridade. Ao checar políticas, escolher o servidor certo e preencher metadados essenciais você cria prova pública imediata e reduz riscos de reputação.
No que você vai aprender: checar políticas, escolher servidor, preencher metadados (ORCID, afiliações, DOI quando possível), divulgar com estratégia e vincular o preprint ao artigo final. Inclui checklists práticos, um exemplo autoral e limites claros para evitar problemas de reputação.
Publicar um pré-print é uma forma rápida de registrar prioridade e acelerar visibilidade. Ao escolher um servidor adequado, completar metadados (incluindo ORCID) e pedir timestamp/DOI, você cria prova pública imediata e aumenta alcance, desde que monitore riscos e atualize versões quando o artigo for aceito.
Perguntas que vou responder
- Vale a pena publicar um pré-print antes da submissão a um periódico?
- Como escolher o servidor certo para minha área e contexto brasileiro?
- Quais metadados são essenciais para garantir prioridade e rastreabilidade?
- Como divulgar o preprint e medir impacto sem comprometer a pesquisa?
- Quais riscos devo considerar e como mitigá-los?
- O que fazer quando o artigo for aceito para preservar a cadeia de evidência?
Vale a pena publicar um pré-print antes da submissão?
Conceito em 1 minuto: por que serve um pré-print
Pré-print é o manuscrito público antes da revisão por pares, com metadados (autoria, data, versão, DOI quando disponível). Ele funciona como carimbo de antecedência e como canal de visibilidade rápida, diferente do artigo final que virá após revisão [F2] [F1].
O que os dados mostram sobre visibilidade e prioridade [F5]
Estudos indicam que disponibilidade imediata e acesso aberto aumentam alcance e métricas altmetrics, e podem impulsionar citações posteriores. Isso não garante aprovação por pares, mas melhora a descoberta e a chance de colaborações rápidas [F5].
Checklist rápido para decidir agora
- Verifique a política do periódico e do financiador antes de depositar; anote restrições.
- Pergunte ao orientador/PIs se há sensibilidade de dados ou patentes.
- Se for pesquisa clínica sensível, prefira postergar ou usar resumo público controlado.
Quando não funciona: se resultados envolvem dados sensíveis ou restrições de confidencialidade, não publique o preprint; consulte a biblioteca institucional sobre repositórios restritos.
Como escolher o servidor certo para minha área e contexto brasileiro?

Ilustra a decisão prática ao escolher um servidor de preprints, comparando opções e metadados.
Conceito em 1 minuto: tipos de servidores e o que importa
Existem servidores disciplinares (ex.: arXiv, bioRxiv, medRxiv), regionais (ex.: SciELO Preprints) e repositórios institucionais. Critérios chave: reputação, exportação de metadados (Crossref/DOI), políticas de versionamento e vinculação ao artigo final [F1] [F2].
Exemplo real: SciELO Preprints e integração regional [F1]
No Brasil, usar SciELO Preprints facilita descoberta local e compatibilidade com periódicos nacionais. Plataformas que permitem DOI/timestamp e exportação para Crossref agilizam a ligação entre preprint e version-of-record [F1] [F2].
Passo a passo para selecionar o servidor
- Liste 3 servidores usados na sua área.
- Priorize os que aceitam DOIs e versionamento.
- Confirme política do periódico alvo sobre preprints.
- Escolha o servidor que melhor combina alcance e conformidade.
Quando não funciona: se seu periódico exige política específica que não aceita preprints, não publique; considere negociar com o editor antes.
Quais metadados são essenciais para garantir prioridade e rastreabilidade?
Conceito em 1 minuto: metadados que fazem diferença
Metadados são informações estruturadas que provam autoria e data. Elementos essenciais: autores com ORCID, afiliações, data de submissão, versão, resumo, palavras-chave e declaração de financiamento. DOI ou timestamp é diferencial para prova de prioridade [F7] [F2].

Demonstra a preparação dos metadados essenciais (ORCID, afiliações, resumo) antes do depósito.
O que ferramentas e guias recomendam [F7]
Workflows de ORCID e preprint recomendam incluir ORCID para cada autor e registrar fundos e afiliações claramente. Crossref orienta o uso de metadados para posted content que facilita posterior ligação ao artigo publicado [F7] [F2].
Template prático de metadados para copiar
- Título consistente com o manuscrito submetido.
- Lista de autores com ORCID entre parênteses.
- Afiliações completas e contato do autor correspondente.
- Resumo, 4–6 palavras-chave, declarações de financiamento e conflitos.
- Arquivos suplementares e link para dados (se possível).
Quando não funciona: se autor não possuir ORCID, crie um antes da submissão; sem ORCID a rastreabilidade cai, então peça à biblioteca apoio na criação.
Como divulgar o preprint e medir impacto sem comprometer a pesquisa?
Conceito em 1 minuto: divulgação responsável
Divulgação aumenta alcance, mas exige cuidado com linguagem e escopo. Use resumos claros, destaque limitações e evite afirmações categóricas que ainda não passaram por revisão por pares.
O que estudos e práticas sugerem para altmetrics e atenção [F5] [F9]
A promoção coordenada, como threads curtas, vídeo-abstracts e nota institucional, eleva altmetrics. Evidence shows early sharing boosts visibility, mas também atrai interpretação pública; prepare material acessível e transparente [F5] [F9].

Mostra a ação de divulgar o preprint com materiais (threads, vídeo-abstract) e preparação da mensagem.
Plano de ação em 5 passos para divulgação
- Publique o preprint com metadados completos.
- Prepare um tweet/thread breve, link no currículo Lattes e post em ResearchGate/Academia.edu.
- Envie comunicado à assessoria de imprensa da universidade com linguagem clara e limitações.
- Produza um vídeo-abstract de 60–90 segundos para redes profissionais.
- Configure alertas e registre altmetrics com ferramentas disponíveis.
Quando não funciona: se a pesquisa tem alto potencial de mau uso ou interpretações perigosas, adote comunicação restrita e consulte a assessoria institucional antes de divulgar amplamente.
Quais riscos devo considerar e como mitigá-los?
Conceito em 1 minuto: riscos principais
Riscos incluem divulgação de resultados não validados, interpretações erradas pela mídia, e conflitos com políticas de periódicos ou financiadores. Transparência e notas de limitação reduzem danos.
O que a literatura e guias oficiais alertam [F3] [F5]
Pilotos como o NIH Preprint Pilot mostram caminhos para indexação responsável, mas também alertam para verificação de políticas de periódicos e requisitos dos financiadores antes da postagem [F3] [F5].
Medidas práticas para mitigação
- Inclua uma nota no preprint: “Não revisado por pares” e destaque limitações.
- Peça revisão rápida entre colegas antes da postagem para identificar erros óbvios.
- Mantenha arquivos de dados e logs de versão para apoiar correções.
Quando não funciona: se a comunidade regulatória ou o financiamento proíbe pré-divulgação, siga as regras e documente a decisão; priorize conformidade legal sobre visibilidade.
O que fazer quando o artigo for aceito para preservar a cadeia de evidência?
Conceito em 1 minuto: linkar preprint e versão final

Ilustra a atualização do preprint e o vínculo entre versões ao aceitar o artigo.
Ao aceitar o artigo, atualize o preprint com metadados do artigo aceito e, se possível, insira o DOI do version-of-record. Crossref permite registrar a relação preprint→AM/VOR para manter rastreabilidade [F2].
Exemplo autoral: como procedi em um caso real
Em uma submissão que acompanhei, publicamos o preprint no SciELO Preprints, incluímos ORCID e DOI provisório e, ao aceitar o artigo, atualizamos o preprint com a referência do DOI final. Isso preservou a cadeia de evidência e aumentou citações ao trabalho publicado [F1] [F2].
Passos imediatos após aceitação
- Atualize o preprint com a nota de aceitação e DOI do artigo final.
- Notifique o servidor para criar vínculo entre versões.
- Mantenha um registro com prints e links do histórico de submissão.
Quando não funciona: se o periódico exigir remoção do preprint, documente comunicações e peça à biblioteca orientação sobre preservação de evidências internas.
Como validamos
Foram revisados guias de plataformas de preprints e recomendações de Crossref e ORCID, além de estudos sobre impacto de acesso aberto e políticas de indexação, para compor práticas aplicáveis ao contexto brasileiro. Priorizei fontes de servidores e trabalhos sobre visibilidade e riscos [F1] [F2] [F5] [F3] [F7].
Conclusão, resumo e CTA
Resumo: publique num servidor adequado, complete metadados (ORCID, afiliações, palavras-chave), peça DOI/timestamp, divulgue com limites e atualize o preprint ao aceitar o artigo. Ação prática agora: escolha um servidor e preencha seu ORCID antes de subir o arquivo.
Recurso institucional sugerido: consulte a biblioteca universitária para verificar políticas de depósito e suporte.
FAQ
Pré-print conta como artigo para seleção em programas de mestrado?
Tese: Em muitos casos, sim — com DOI o pré-print serve como prova de produção. Depende do programa; muitos comitês aceitam pré-prints como evidência, especialmente se tiverem DOI.
Próximo passo: Verifique as normas do programa e inclua explicação no currículo e prints de timestamp para suporte à candidatura.
Posso usar preprint para reivindicar prioridade em concurso ou bolsa?
Tese: Sim — um preprint com timestamp/DOI funciona como evidência pública de antecedência. É prova pública que documenta data e autoria.
Próximo passo: Exporte metadados e guarde prints do depósito para anexar ao dossiê de concurso ou bolsa.
E se o periódico não aceita preprints?
Tese: Se o periódico proíbe pré-prints, não publique — a conformidade editorial é prioritária. A política do periódico deve guiar a decisão.
Próximo passo: Confirme a política do periódico antes de depositar; negocie com o editor ou aguarde aceitação se necessário.
Como lidar com comentários públicos no preprint?
Tese: Responder de forma transparente preserva credibilidade e melhora o manuscrito. Monitore e responda de forma construtiva, identificando pontos que exigem revisão.
Próximo passo: Versione o manuscrito quando fizer correções e registre as mudanças para manter rastreabilidade.
Preciso pagar para DOI no preprint?
Tese: Nem sempre — muitos servidores geram DOI gratuitamente via Crossref. A cobrança depende do servidor escolhido.
Próximo passo: Consulte a política do servidor antes de depositar para confirmar custos e serviços incluídos.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F2] – https://www.crossref.org/documentation/research-nexus/posted-content-includes-preprints/
- [F1] – https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/about
- [F5] – https://www.nature.com/articles/s41386-024-01796-4
- [F3] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/about/nihpreprints/
- [F7] – https://info.orcid.org/documentation/workflows/preprint-workflow/
Atualizado em 24/09/2025