Fazer pós no exterior parece um salto arriscado: custo, prazos de bolsas e burocracia podem travar sua carreira. Você vai aprender um roteiro prático para escolher modalidade, alinhar pré‑projeto, garantir bolsa e formalizar cotutela, com checagens institucionais essenciais. A equipe que elaborou este guia usa fontes oficiais da CAPES e chamadas PPG como base [F1] [F3].
Foco imediato: o que vem, passo a passo e cronograma de 12 meses para manter vínculo com a IES de origem, preparar proficiência e solicitar bolsas.
Fazer pós no exterior é viável com planejamento de 6–12 meses: alinhe pré‑projeto ao orientador externo, solicite carta de aceite, verifique editais PDSE/PEC‑PG e formalize convênios via PRPG; garanta visto e seguro antes do embarque para não perder bolsa.
Perguntas que vou responder
- Quais são os ganhos e quando vale a pena?
- Quais modalidades existem e como escolher a certa?
- Como preparar o pré‑projeto que as universidades estrangeiras aceitam?
- Quais documentos e bolsas preparo primeiro?
- Como organizar o calendário e as obrigações em 12 meses?
- Riscos, ética e o que proteger antes de embarcar
Quais são os ganhos e quando vale a pena?
Conceito em 1 minuto: por que considerar sair
Amplia redes, acesso a infraestrutura especializada e oportunidades de financiamento e carreira; para quem busca métodos específicos, equipamentos ou grupos de alto impacto, sair faz diferença, enquanto pesquisas locais aplicadas podem ter ganho menor.
O que os dados e editais mostram [F2] [F8]
Programas como PDSE e acordos bilaterais financiam etapas de doutorado e pós‑doutorado, mas exigem prazos estritos de início e retorno, além de critérios de vínculo; há também riscos reputacionais, como disputa de autoria e necessidade de revalidação do título [F2] [F8].
Checklist rápido para decidir (aplique em 20 minutos)
- Liste 3 objetivos que só são possíveis no exterior.
- Compare custos versus bolsa provável.
- Verifique exigência de vínculo e janelas de edital no seu PPG.
Quando isso não funciona: se a bolsa cobre pouco e o projeto roda perfeitamente no Brasil, priorize infraestrutura local ou uma visita curta; não se force a sair só por “prestígio”.
Quais modalidades existem e como escolher a certa?

O que é cada modalidade em 1 minuto
Doutorado sanduíche: período curto no exterior com retorno ao PPG; doutorado pleno: defesa no exterior e revalidação posterior; cotutela/dupla titulação: acordo entre IES, definição de regimes e coorientação. Cada uma tem regras diferentes de vínculo e documentação.
O que os editais e instituições exigem [F1] [F3]
CAPES define modalidades e requisitos em editais e FAQs; PPGs publicam chamadas internas (ex.: chamadas PDSE 2025). Regras sobre duração mínima, início de atividades e prestação de contas variam por edital [F1] [F3].
Passo prático para escolher modalidade
- Confirme com seu orientador e coordenação do PPG qual modalidade é possível.
- Compare cobertura de bolsas e obrigações (retorno, relatórios).
- Priorize modalidade que preserve vínculo institucional quando precisar reaplicar para vaga ou bolsa.
Quando isso não funciona: se a IES estrangeira não aceita cotutela, avalie doutorado sanduíche ou pós‑doc com bolsa externa; peça apoio jurídico na sua PRPG.
Como preparar o pré‑projeto que as universidades estrangeiras aceitam?

O que deve conter em 5 minutos
Problema claro, objetivos bem definidos, método, cronograma e contribuição original; use linguagem direta e mostre alinhamento com o grupo externo.
Exemplo de estrutura aceita por universidades [F5]
Modelos de propostas de programas estrangeiros pedem problema, estado da arte, métodos e plano de trabalho detalhado; adaptar a template de Cambridge ou similar ajuda na clareza [F5].
Passo a passo para escrever e revisar (modelo autoral)
- Rascunhe problema + 3 objetivos.
- Peça feedback do orientador brasileiro e do possível coorientador no exterior.
- Ajuste método e cronograma em função da infraestrutura disponível.
Exemplo autoral: em 2022, orientei uma aluna que reduziu de 12 para 6 meses o prazo para carta de aceite ao alinhar o cronograma com as férias institucionais do laboratório externo; antecipar feriados salvou a vaga.
Quando isso não funciona: se o orientador externo não responde, envie uma versão enxuta do pré‑projeto com perguntas específicas; simultaneamente busque outro contato no grupo.
Quais documentos e bolsas preparo primeiro?
Documentos essenciais em 1 minuto
Carta de aceite do orientador externo, plano de trabalho, histórico, comprovante de proficiência, passaporte, seguro saúde e documentação para revalidação se for doutorado pleno.
Fontes de financiamento e regras [F1] [F2] [F7]
PDSE e PEC‑PG são referências no Brasil; também há bolsas externas como Chevening. Editais CAPES definem janelas e obrigações de bolsa, por isso siga o edital vigente e a chamada interna do PPG [F1] [F2] [F7].
Checklist de documentação para submissão em 30 dias
- Carta de aceite assinada.
- Plano de trabalho alinhado com cronograma.
- Comprovante de proficiência linguística ou plano para obtê‑lo.
- Cópia do passaporte e seguro internacional.
Quando isso não funciona: se faltar proficiência, busque cursos intensivos com certificado; tente prazos alternativos ou candidaturas que aceitem prova adiada.

Como organizar o calendário e as obrigações em 12 meses?
Plano de 12 meses em 1 minuto
Meses 12–9: mapeie grupos e peça carta de aceite. Meses 9–6: rascunhe pré‑projeto e verifique editais. Meses 6–3: junte documentação, proficiência e solicite bolsa. Meses 3–0: trate visto, seguro e convênio institucional.
O que as chamadas internas mostram na prática [F3]
PPGs costumam ter janelas anuais para PDSE; calendários internos são decisivos para homologação. Prazos de PRPG e secretaria internacional determinam datas de assinatura de convênios [F3].
Passo a passo para os 12 meses (modelo de calendário)
- Mês 12: primeiro contato com orientador externo.
- Mês 9: versão 1 do pré‑projeto e solicitação de carta de aceite.
- Mês 6: submissão à chamada interna do PPG/CAPES.
- Mês 3: preparar visto e seguro, assinar termo de convênio.
Quando isso não funciona: se edital for publicado fora do seu calendário, peça exceção administrativa e guarde prova de comunicações com a PRPG.
Riscos, ética e o que proteger antes de embarcar
Principais riscos em 1 minuto

Custo financeiro, abandono de projeto, conflito de autoria, diferenças de normas éticas e problemas com reconhecimento do título no Brasil.
Casos documentados e recomendações [F8] [F1]
Literatura aponta riscos reputacionais e a necessidade de cláusulas claras em cotutela; CAPES e universidades brasileiras exigem termos específicos para proteger propriedade intelectual e responsabilidades [F8] [F1].
Medidas práticas para reduzir risco
- Inclua cláusulas de propriedade intelectual no convênio.
- Formalize coautoria e ordenação de autoria por escrito.
- Consulte a assessoria jurídica da sua IES antes da assinatura.
Quando isso não funciona: se o parceiro externo não aceita cláusulas mínimas, reavalie a parceria e priorize propostas com garantias contratuais.
Como validamos
Este guia foi elaborado a partir de editais e páginas oficiais da CAPES e chamadas internas de PPGs, além de modelos de propostas de universidades estrangeiras e literatura sobre riscos acadêmicos; consultamos fontes institucionais e um artigo de revisão metodológica para recomendações de pré‑projeto e prazos [F1] [F3] [F6].
Conclusão rápida e ação imediata
Resumo: pós no exterior é estratégico, mas exige planejamento acadêmico, jurídico e financeiro. Ação prática agora: escreva um e‑mail curto para o potencial orientador externo pedindo carta de aceite e envie o rascunho do pré‑projeto. Recurso institucional: consulte a página de Bolsas e Auxílios Internacionais da CAPES e a secretaria internacional do seu PPG para prazos e modelos de convênio [F1].
FAQ
Quanto tempo antes devo começar?
Comece entre 6 e 12 meses antes do início previsto; para cotutela, 12 meses é ideal. Agende conversas com orientadores com antecedência e documente prazos como próximo passo.
Posso sair sem bolsa?
Sim, é possível, mas avalie custos, seguro e impacto no vínculo; procure bolsas externas ou auxílios da IES primeiro. Passo: construa candidatura com carta de aceite para aumentar chances de financiamento.
Como funciona a revalidação de título?
Para doutorado pleno haverá processo de revalidação no Brasil; cotutela costuma facilitar reconhecimento, mas exige convênio formal. Passo: contate a PRPG para orientações sobre documentos necessários.
E se eu perder a data do edital CAPES?
Converse com a coordenação do PPG imediatamente; algumas chamadas internas permitem recurso administrativo. Dica prática: mantenha e organize emails e comprovantes de tentativas de submissão como prova.
Vale a pena pedir cotutela em todos os casos?
Não; cotutela é indicada quando há acordo institucional claro e cláusulas bem definidas. Passo objetivo: se a instituição estrangeira não aceita cotutela, prefira sanduíche ou pós‑doc com retorno garantido.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós‑doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F1] – https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/bolsas-e-auxilios-internacionais
- [F3] – https://prpg.unicamp.br/noticias/chamada-interna-bolsas-pdse-2025-doutorado-sanduiche-no-exterior/
- [F2] – https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/sai-edital-de-doutorado-sanduiche-no-exterior-para-2026
- [F5] – https://postgraduate.study.cam.ac.uk/apply/how/research-proposal
- [F6] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5037942/
- [F7] – https://www.chevening.org/scholarship/brazil/
- [F8] – https://revistas.usp.br/ep/article/view/231365
Atualizado em 24/09/2025