Você tem pouco tempo, muitas exigências formais e risco de prorrogação ou rejeição por erros de formatação; este texto mostra como um workflow híbrido de IA com validação humana reduz iterações formais e acelera a aprovação. Promessa: passos práticos para usar ferramentas de linguagem e módulos de formatação ABNT, evitar riscos comuns e um checklist pré-submissão testado em ambientes acadêmicos brasileiros que pode economizar cerca de 30 dias no preparo e envio.
IA combinada com revisão humana corrige língua, padroniza referências ABNT e valida formato, reduzindo retrabalhos formais. Um pipeline bem configurado, com logs e checagem de DOIs, costuma diminuir ciclos de revisão técnica e pode economizar cerca de 30 dias no preparo e envio, desde que haja supervisão humana e transparência. [F1] [F6]
Perguntas que vou responder
- Vale a pena usar IA na revisão técnica?
- Quais riscos devo conhecer e como mitigá-los?
- Como montar um workflow híbrido passo a passo?
- Como automatizar ABNT sem perder precisão?
- Quem deve participar na sua instituição?
- Como medir o ganho de tempo de ~30 dias?
Vale a pena usar IA para revisão técnica?
Conceito em 1 minuto: o que significa revisão técnica com IA
Revisão técnica com IA inclui correção gramatical e estilística por modelos de linguagem, padronização automática de referências (NBR 6023) e verificação de formato (NBR 14724), com um humano validando as propostas antes do envio. É workflow human-in-the-loop, não substituição total do autor. [F1]
O que os dados mostram
Estudos no contexto nacional indicam redução de tempo em edição e maior conformidade com critérios editoriais quando assistentes de IA são usados com supervisão. Isso tende a diminuir as rodadas de devolução por problemas formais. [F6] [F3]
Checklist rápido para decidir usar IA hoje
- Verifique políticas do periódico e da sua instituição.
- Faça um backup do manuscrito original.
- Rode correção linguística automatizada, gerando log de sugestões.
- Valide manualmente referências críticas e DOIs.
- Anote mudanças e prepare uma declaração de uso de IA, se necessário.
Se seu periódico proíbe qualquer edição automatizada sem declaração, não use IA no pipeline de submissão final; prefira apoio humano institucional e ferramentas apenas para rascunhos.

Ilustra a checagem manual de referências e DOIs para mitigar erros de factualidade.
Quais riscos e como mitigá-los?
O risco explicado: erros de factualidade e citações incorretas
Modelos podem “alucinar” referências, formatar citações de forma errada ou alterar sentido de frases técnicas. Há também preocupação ética sobre não declarar uso de IA. A responsabilidade final é sempre do autor.
Evidência sobre erros e necessidade de supervisão
Pesquisas mostram casos de citações inventadas e inconsistências que só foram detectadas na validação humana; por isso a literatura recomenda transparência e checks específicos para DOIs e páginas. [F3]
Passos práticos para mitigar hoje
- Gere relatório de mudanças automático e compare com o original.
- Verifique todos os DOIs e páginas citadas manualmente.
- Treine um revisor humano que valide cada referência antes do envio.
Limite prático: quando o manuscrito traz dados originais sensíveis, priorize revisão humana especializada em vez de automação extensa.
Como montar um workflow híbrido, passo a passo
Versão curta: etapas principais em sequência
Preparação do manuscrito, revisão linguística por IA com resumo de mudanças, módulo ABNT para referências e formatação, validação humana final e anexar checklist ao envio.

Exemplifica o fluxo híbrido: revisão humana conjunta após ajustes automatizados.
Exemplo real na prática, caso autoral
Mariana, aluna de fim de graduação, separou figuras e tabelas, rodou correção linguística e um módulo ABNT, revisou 20 referências que tinham DOIs incorretos e, com apoio do Núcleo de Escrita, documentou tudo. Resultado: envio aceito para avaliação com apenas uma rodada menor de correções.
Passo a passo aplicável (template)
- Preparar versão “limpa” do manuscrito e coletar arquivos suplementares.
- Rodar ferramenta de linguagem para clareza e resumo de alterações.
- Aplicar módulo de formatação ABNT para NBR 6023 e NBR 14724; gerar log.
- Validar manualmente 100% das referências citadas e DOIs.
- Gerar checklist institucional e salvar versão final com histórico.
Contraexemplo: para artigos com alta carga metodológica complexa, foque primeiro em revisão técnica de conteúdo por especialista, usando IA apenas para formatação e língua.
Como automatizar referências ABNT sem perder precisão
O que faz um módulo ABNT em 60 segundos
Um módulo ABNT padrão tenta mapear metadados, aplicar normas NBR 6023 e formatar entradas. Ele acelera mas não substitui checagem do DOI e correspondência autor-página.
Resultados reportados em estudos práticos
Relatos de centros de apoio mostram economia de tempo em tarefas repetitivas de formatação, com necessidade de intervenção humana em 10 a 20% das entradas, sobretudo para documentos eletrônicos e obras incomuns. [F5]

Mostra o checklist prático para validar referências e organizar a verificação de DOIs.
Checklist de validação de referências (prático)
- Verifique o DOI em bases oficiais.
- Confirme título, autores e ano com a página do periódico ou repositório.
- Corrija quebras de linha e itálico conforme ABNT.
- Registre alterações no log para auditoria.
Quando não confiar na automação, peça auxílio do bibliotecário ou do Núcleo de Apoio à Pesquisa.
Onde implementar na sua universidade e com quem falar
Quem precisa estar envolvido para dar certo
Autores e orientadores validando, Núcleos de Escrita ou bibliotecas configurando ferramentas, coordenação de pós-graduação incorporando checklist e secretarias acatando o fluxo.
O que mostram experiências institucionais no Brasil
Centros institucionais que ofereceram treinamento e templates reduziram devoluções por formatação e ampliaram aceitação em bases nacionais, especialmente quando havia política clara sobre IA. [F2]
Passos práticos para implantar localmente
- Converse com a coordenação do curso e a biblioteca para aprovar ferramentas.
- Teste um piloto com 5 manuscritos e registre métricas de tempo.
- Produza um checklist institucional e um modelo de declaração de uso de IA.
Cenário onde a implantação falha: falta de treinamento e liderança. Se isso ocorrer, faça um piloto menor junto a um laboratório com supervisão próxima.
Como medir e comprovar o ganho de cerca de 30 dias

Ilustra o monitoramento de prazos e iterações para calcular o ganho de tempo do pipeline.
Medida rápida: quais métricas acompanhar
- Tempo entre versão enviada à revisão técnica e versão aprovada pelo setor técnico.
- Número de iterações formais.
- Porcentagem de referências corrigidas.
Evidência de redução de ciclos
Relatos e estudos indicam que automação de tarefas formais reduz rodadas de devolução e acelera fluxos de submissão, especialmente no ajuste de formato e língua. [F6]
Mapa de avaliação prático
- Registre data de início do pipeline e data de envio final.
- Conte número de iterações com editores/secretaria.
- Compare com histórico pré-implantação para estimar ganho em dias.
Limite: ganhos variam muito por área e jornal; não garanta 30 dias em todos os casos, use como referência realista para manuscritos com problemas formais predominantes.
Como validamos
Testamos o roteiro com literatura brasileira sobre IA em revisão e relatos de centros de apoio, conferimos recomendações práticas descritas em guias institucionais e em estudos sobre redução de tempo em edição. Priorizamos fontes nacionais e casos aplicados para garantir relevância ao contexto de programas de pós-graduação no Brasil. [F1] [F6] [F3]
Conclusão e resumo prático
Um workflow híbrido de IA, focado em correção de língua, formatação ABNT e validação humana, pode reduzir iterações formais e resultar em ganho médio plausível de 30 dias, desde que haja checagem de referências, logs de alteração e declaração transparente do uso de IA. Ação imediata: monte o seu checklist pré-submissão e pilote com três manuscritos do seu grupo.
Recurso institucional recomendado: procure o Núcleo de Escrita ou a biblioteca da sua instituição para apoio em configuração e treinamento.
FAQ
A IA pode substituir meu orientador na revisão?
Tese: Não; a validação conceitual e a responsabilidade ética continuam com orientador e autor. Use IA para tarefas formais e de linguagem, não para decisões conceituais. Próximo passo: agende revisões periódicas com seu orientador para validar as partes conceituais do manuscrito.
Preciso declarar o uso de IA ao submeter?
Tese: Sim quando houver incerteza na política; declarar é a opção mais segura. Verifique as políticas do periódico e da sua instituição antes da submissão. Próximo passo: inclua uma nota breve na carta de submissão e anexe o checklist de alterações quando estiver em dúvida.
Como evitar referências ‘inventadas’ pela IA?
Tese: Verificação manual é necessária; IA pode inventar citações. Verifique todos os DOIs e compare títulos com a fonte original. Próximo passo: mantenha uma planilha com verificação de 100% das referências e registre o processo no log.
Quanto treinamento a equipe precisa para usar o pipeline?
Tese: Treinamento curto e prático basta para operações básicas. Um ciclo de 2 a 4 horas por usuário costuma ser suficiente; treine revisores humanos para checar referências e validar mudanças. Próximo passo: organize um workshop prático de 2–4 horas focado em validação de referências e uso do módulo ABNT.
Posso usar ferramentas gratuitas com segurança?
Tese: Sim para rascunhos e formatação inicial; prefira ferramentas que gerem logs. Valide tudo manualmente antes do envio e priorize ferramentas que permitam exportar histórico de sugestões. Próximo passo: escolha uma ferramenta que exporte logs e teste com um manuscrito-piloto antes de adotar institucionalmente.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F1] – https://www.scielo.br/j/ijcs/a/Tqsn9NtLwxmd5bM45W77FYs/?lang=en
- [F6] – https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/7398
- [F3] – https://www.scielo.br/j/eb/a/SJk53dtyBBfVq583TJhtGTz/?format=pdf&lang=pt
- [F5] – https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/download/3181/2425/9399
- [F2] – https://www.scielo.br/j/pci/a/GVCW7KbcRjGVhLSrmy3PCng/?format=html&lang=pt
Atualizado em 24/09/2025