Você está prestes a entregar um TCC, monografia ou artigo e teme acusações de plágio ou delegar ideias centrais, risco que pode levar à reprovação ou à prorrogação da defesa; essa falta de clareza institucional gera dor de cabeça e pressão formal. Há risco concreto de sanções e perda de credibilidade se o uso de IA não for documentado. Este texto oferece uma promessa prática: passos, modelos de declaração e checklists claros para reduzir riscos em 7–14 dias de verificação e documentação.
Prova rápida: diretrizes e revisões recentes de publishers e universidades já recomendam documentação e transparência [F2] [F3]. No texto que vem a seguir, você encontrará definições, provas práticas, modelos de declaração e checklists para agir antes de submeter.
Usar IA pode ser aceitável se for transparente, documentado e não substituir sua contribuição intelectual. Declare a ferramenta, resuma o papel que ela teve, valide fatos gerados e peça orientação ao seu orientador — isso reduz risco de problemas formais e reputacionais.
Perguntas que vou responder
- O que exatamente é “uso ético da IA” na escrita acadêmica?
- Por que devo declarar que usei IA no meu trabalho?
- Onde encontro regras válidas para a minha universidade ou revista?
- Quem assume responsabilidade pelo conteúdo quando se usa IA?
- Como documentar e declarar a IA na submissão do TCC ou artigo?
- Quais erros comuns cometem estudantes e como evitá-los?
O que significa “uso ético da IA” na escrita acadêmica?
Conceito em 1 minuto
Uso ético da IA significa empregar modelos generativos ou assistivos para apoiar tarefas sem abrir mão da autoria intelectual; a IA ajuda em rascunhos, resumos, tradução e revisão, mas as ideias centrais, a análise e a responsabilidade final permanecem humanas.
O que os estudos mostram [F2]
Revisões recentes definem níveis de assistência, desde sugestões de frase até geração substantiva de texto, e pedem divulgação na seção de métodos ou acknowledgments para preservar integridade e atribuição [F2].
Checklist rápido: reconhecer a participação da IA
- Liste a ferramenta e a versão usada.
- Descreva o papel (ex.: revisão de linguagem, geração de rascunho).
- Valide e cite fontes primárias para conteúdo sugerido pela IA.
“Parte da revisão linguística e sugestão de estrutura deste trabalho foi apoiada por [nome da ferramenta, versão]. As interpretações e conclusões são de responsabilidade exclusiva da autora.”
Contraexemplo e limite: se a sua tese depende de interpretação original, pedir que a IA gere a análise inteira falha; a IA reproduz padrões e não produz insight crítico original. Nesses casos, use a IA apenas para polir texto e dedique a análise ao seu próprio raciocínio.

Por que declarar IA evita problemas formais e éticos?
Conceito em 1 minuto
A omissão gera risco: parecer plágio, violar políticas editoriais ou enfrentar sanções institucionais. Transparência protege você e a credibilidade do trabalho.
O que os dados mostram [F3]
Estudos e reviews sobre integridade científica recomendam políticas claras e declarações de uso ao submeter trabalhos, para mitigar acusações de atribuição indevida e vieses introduzidos por modelos [F3].
Passo a passo aplicável para reduzir riscos
- Consulte orientações do seu programa.
- Registre todas as interações relevantes com a IA (resumo de prompts).
- Faça verificação de similaridade antes da entrega e archive relatórios.
Mapa mental em 5 passos para proteção ética: mapear objetivo do uso; verificar políticas locais; documentar ferramenta e prompts; validar fontes; declarar na submissão.
Contraexemplo e limite: se a revista ou coordenação proíbe qualquer “texto gerado por IA”, a declaração não resolve; nesse caso, evite gerar textos substantivos com IA e limite-se a auxílio de revisão humana.

Onde checar regras no Brasil antes de entregar?
Conceito em 1 minuto
Regulamentação varia: algumas universidades e revistas já publicaram diretrizes internas; outras ainda discutem políticas. Proceda localmente: coordenação e comitê de ética definem regras para TCC e dissertações.
O que as orientações nacionais mostram [F5]
Guias institucionais brasileiros oferecem modelos de declaração e orientam incluir detalhes na seção de métodos ou acknowledgments; recomenda-se seguir o documento do seu programa ou o livro de diretrizes da sua universidade [F5].
Passo a passo prático para checar regras
- Consulte a coordenação do curso e o regulamento de TCC.
- Verifique normas do programa de pós e comitê de ética quando aplicável.
- Antes de submeter a um periódico, confira as instruções aos autores da revista.
Lista de onde perguntar imediatamente (ordem prática): orientador(a); coordenação do curso; secretaria acadêmica; comitê de ética, se houver dados sensíveis; instruções da revista alvo.
Contraexemplo e limite: se a coordenação não tem diretriz, uma declaração padrão pode não ser suficiente para periódicos internacionais; nesse caso, siga as melhores práticas de publishers e peça parecer formal ao orientador.

Quem é responsável pelo que quando se usa IA?
Conceito em 1 minuto
O autor é responsável final por conteúdo, mesmo que partes tenham sido geradas por IA; orientadores devem orientar e validar, comitês definem políticas e fornecedores respondem por transparência técnica.
O que os autores e instituições definem [F1]
Artigos sobre integridade deixam claro que responsabilidade ética permanece com o pesquisador; fornecedores não eximem o autor da verificação de facts e da atribuição adequada [F1].
Checklist de responsabilidades antes da entrega
- Autora: valida conteúdo e garante autoria intelectual.
- Orientador(a): orienta sobre declaração e aprova versão final.
- Comissão/coordenação: define regras locais.
Quadro rápido de responsabilidades: Autora — atribuição e verificação. Orientador(a) — supervisão e conselho. Comissão — fiscalização e normas.
Contraexemplo e limite: se o orientador não estiver apto a opinar sobre IA, busque parecer escrito da coordenação ou de um comitê de ética para prevenir discordâncias formais depois da entrega.
Como documentar e declarar o uso de IA na submissão?
Conceito em 1 minuto
Documentar significa registrar ferramenta, versão, resumo dos prompts e o papel exato da IA, e incluir essa informação em Métodos, Agradecimentos ou nota de rodapé, conforme a norma local.
O que as recomendações práticas sugerem [F1]
Publishers e grupos acadêmicos recomendam: nome da ferramenta, versão, data de uso e descrição sucinta do papel da IA; alguns pedem anexar exemplos de prompts ou relatórios de similaridade [F1].
Modelo prático e template de declaração (use e adapte)
“Ferramenta de IA: [nome, versão]. Papel: [ex.: geração de rascunho do item X; revisão linguística]. Prompts resumidos: [breve descrição]. A autora revisou e validou todas as afirmações.”
Exemplo aplicado a um TCC: “Utilizei o assistente X (v. Y) para sugerir títulos e revisar linguagem em alguns parágrafos do capítulo 2; todas as análises e conclusões são de minha autoria. Registro os prompts principais no anexo A para transparência.”
Contraexemplo e limite: evite colar prompts completos que contenham dados sensíveis ou não autorizados; quando dados pessoais estão em jogo, consulte o comitê de ética antes de armazenar ou anexar prompts.

Erros comuns que estudantes cometem e como evitá-los
Conceito em 1 minuto
Erros frequentes incluem omitir declaração, confiar cegamente em fatos gerados, não verificar similaridade e não envolver orientador antes da submissão.
O que estudos e guias indicam [F3] [F6]
Relatos de casos e análises institucionais mostram que a maioria dos problemas poderia ser evitada com simples documentação e verificação: checagem de fontes e validação por especialista humano são cruciais [F3] [F6].
Passo a passo para evitar erros comuns
- Não submeta sem revisar criticamente qualquer texto gerado.
- Rode verificação de similaridade e salve o relatório.
- Informe o orientador antes da entrega e peça aprovação escrita.
Frases práticas para notificar o orientador: “Usei IA para revisão linguística; compartilho rascunhos para sua validação.” “Gerei um rascunho inicial com IA e preciso de sua orientação para a análise.” Consulte o anexo de recomendações do seu programa para mais exemplos.
Contraexemplo e limite: tentar enganar verificadores de similaridade ou ocultar uso de IA cria mais risco do que qualquer ganho de tempo; se você sentir pressão por prazo, peça prorrogação ou redistribua tarefas com o orientador.
Como validamos
Baseamos as recomendações na revisão de artigos e guias de integridade científica e nas diretrizes institucionais brasileiras recentes [F2] [F3]; cruzamos práticas de publishers com documentos de universidades e exemplos práticos para gerar checklists e modelos aplicáveis.
Conclusão e resumo + CTA
Resumo: usar IA não é automaticamente antiético; transparência, documentação e validação humana tornam o uso aceitável. Ação prática agora: converse com seu orientador, registre a ferramenta e inclua uma declaração curta na seção apropriada antes da entrega.
FAQ
Preciso sempre declarar qualquer uso de IA?
Sim: declare usos que afetem conteúdo ou redação. Quando a IA fez apenas revisão ortográfica, descreva isso sucintamente; em dúvida, declare para reduzir risco. Próximo passo: adicione a declaração e peça ao orientador para revisar.
Como registrar prompts sem expor dados sensíveis?
Resuma os prompts e explique o objetivo, sem incluir dados pessoais; se o trabalho usa dados sensíveis, consulte o comitê de ética primeiro. Próximo passo: prepare um resumo não identificável dos prompts e solicite parecer ao comitê de ética quando necessário.
A declaração de IA é suficiente para evitar sanções?
Não garante imunidade, mas reduz muito o risco; a validação humana e a verificação de fontes são essenciais. Próximo passo: mantenha documentação e relatórios de verificação como prova de boa-fé.
Posso anexar o relatório de similaridade na submissão?
Sim, é recomendável quando permitido; arquive o relatório e, se possível, inclua-o como anexo para transparência. Próximo passo: verifique regras da revista ou da coordenação sobre anexos e inclua o relatório quando aceito.
O que faço se meu orientador for contra o uso de IA?
Negocie alternativas: use IA apenas para revisão linguística ou peça orientação por escrito sobre usos permitidos; se necessário, busque parecer na coordenação. Próximo passo: documente a negociação e, se houver discordância, solicite parecer formal da coordenação.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F2] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11015711/
- [F3] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11838153/
- [F5] – https://prpg.unicamp.br/wp-content/uploads/sites/10/2025/01/livro-diretrizes-ia-1.pdf
- [F1] – https://advancesinsimulation.biomedcentral.com/articles/10.1186/s41077-025-00350-6
- [F6] – https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/download/103497/60152
Atualizado em 24/09/2025