Rejeição editorial é comum e pode ser decisiva para bolsa, defesa ou seleção em mestrado; sem ação rápida há risco de prorrogação ou perda da oportunidade. Este guia apresenta uma regra prática de 3 passos para mapear a decisão, priorizar intervenções e re-submeter com chance real de aceitação em 2–6 semanas, com foco em validade, clareza e cronograma prático.
Prova: guias editoriais e serviços de autoria descrevem passos testados que aumentam a taxa de sucesso com revisões bem estruturadas [F1][F2]. O que vem a seguir: diagnóstico rápido, tabela de respostas modelo, ajustes com alto impacto, carta de submissão e critérios para trocar de periódico.
Quando receber uma rejeição, leia decisão e comentários duas vezes, classifique itens por impacto e prepare uma tabela de respostas clara. Em 48–72 horas consolide tarefas; em 2–6 semanas implemente revisões, revise língua e re-submeta. O objetivo é reduzir o gap entre seu manuscrito e os critérios da revista.
Perguntas que vou responder
- Vale a pena tentar reverter a rejeição?
- Como interpretar a carta de decisão e os comentários?
- Como montar a tabela de respostas ponto a ponto?
- Quais mudanças têm maior impacto em pouco tempo?
- Quando devo trocar de periódico?
- Como organizar a equipe e prazos para re-submissão?
Vale a pena tentar reverter a rejeição?
Conceito em 1 minuto
Nem toda rejeição é final; distinguir reject and resubmit, rejeição após revisão e desk reject orienta quanto ao esforço e prazo a aplicar.
O que os guias e dados mostram [F1][F2]
Guias de editoras indicam que muitas revisões aceitas após resposta estruturada e melhorias de clareza aumentam a chance de aceite em periódicos similares [F2]. Frontiers e outros descrevem caminhos distintos conforme o tipo de decisão [F1].
Checklist rápido para decidir agir
- Se for reject and resubmit: investir na revisão e na tabela de respostas.
- Se for rejeição após revisão: priorizar correções obrigatórias que comprometem validade.
- Se for desk reject: avaliar desalinhamento de escopo e considerar transferência.
Cenário onde não funciona: quando há suspeita de má conduta ou duplicação de dados; nesses casos, contate a instituição e siga procedimentos de investigação.

Como interpretar a carta de decisão e os comentários?
Conceito em 1 minuto
Separe o que é obrigatório para a validade do estudo, o que é desejável para aceitação e o que é preferência do revisor ou editor.
O que as recomendações editoriais mostram [F3]
Editoras sugerem listar comentários por tópico e responder ponto a ponto para demonstrar transparência e compromisso com qualidade [F3]. Isso reduz a chance de rejeição automática na re-avaliação.
Passo a passo aplicável agora
- Ler decisão duas vezes e anotar tudo.
- Classificar cada comentário em: obrigatório, desejável, preferência.
- Marcar prazos e responsável para cada item.
Exemplo autoral: em uma revisão que coordenei, transformamos 34 comentários em 10 tarefas priorizadas e recuperamos a submissão em 3 semanas. Limite: se comentários exigem novos dados de campo, replaneje tempo e comunique realisticamente ao orientador.
Como montar a tabela de respostas ponto a ponto?
Conceito em 1 minuto
A tabela de respostas é um arquivo que lista comentário, resposta do autor, ação realizada e localização no manuscrito; ela demonstra organização e respeito ao processo editorial.

Modelo recomendado por serviços de autoria [F3][F2]
Wiley e Elsevier recomendam formato claro e conciso: coluna do comentário original, coluna da resposta breve, coluna da ação realizada e coluna com número da linha ou figura alterada [F3][F2].
Template e passos práticos (faça junto)
- Coluna 1: Comentário do revisor.
- Coluna 2: Sua resposta direta e educada.
- Coluna 3: Ação executada (ex.: rodar análise X, reescrever parágrafo).
- Coluna 4: Local no manuscrito (p. ex., Resultados, parágrafo 2; Fig. 3).
Exemplo curto: 1. Comentário: “Falta teste de homogeneidade”. Resposta: “Incluí teste de Levene e reportei p e efeito”. Ação: “Adicionada análise; tabela 2 atualizada”. Local: “Métodos p.6; resultados p.9; Tabela 2.” Contraexemplo: não use respostas vagas do tipo “ajustamos conforme pedido”; descreva a ação e onde o revisor pode checar.
Quais mudanças têm maior impacto em pouco tempo?
Conceito em 1 minuto
Foque em validade, clareza e apresentação gráfica; pequenos ajustes nestes pontos elevam a percepção de rigor rapidamente.
O que estudos práticos e guias indicam [F1][F2]
Guias de editoras mostram que clarificar objetivo, reforçar método e melhorar figuras resulta em ganho alto de aceitação com esforço moderado [F1][F2]. No Brasil, atenção a normas de agências e programas também pesa na escolha do periódico [F4].
Passos executáveis nas próximas 2 semanas
- Reescreva objetivo e contribuição no resumo e introdução.
- Verifique descrições de amostra e análises; adicione testes complementares simples.
- Revise figuras: contraste, legenda completa, tamanho legível.
Checklist rápido: título claro, resumo objetivo, método replicável, figuras legíveis, tabela de respostas pronta. Limite: se o problema for desenho amostral inadequado, ajustes rápidos não resolvem; considere estudo adicional ou justificativa robusta.

Quando devo trocar de periódico?
Conceito em 1 minuto
Trocar faz sentido se a rejeição foi por desalinhamento de escopo, ou se o esforço para adequar ao periódico atual for maior do que alinhar à revista alternativa.
O que as editoras e universidades recomendam [F2][F4]
Elsevier e guias institucionais sugerem avaliar escopo, fator de impacto e prazos. No contexto brasileiro, a escolha afeta avaliação por produção em CAPES e orientação de programas [F2][F4].
Como decidir e executar a transferência
- Avalie comentários: se pedem tipo de análise não cabível, mudar pode ser melhor.
- Identifique periódicos com escopo alinhado e revise instruções aos autores.
- Use a versão revisada e a tabela de respostas como documentos de apoio na nova submissão.
Cenário onde não funciona: trocar repetidamente sem ajustar qualidade resulta em rejeições sucessivas; pare, peça revisão interna e ajuste antes de nova tentativa.
Como organizar a equipe e prazos para re-submissão?
Conceito em 1 minuto
Distribua tarefas segundo prioridade e competência: autor correspondente coordena, orientador aprova e especialistas fazem revisão de língua e estatística.

O que unidades de pesquisa e serviços institucionais indicam [F5][F4]
Universidades oferecem núcleos de estatística e revisão de língua que aceleram a revisão. Programas de pós-graduação costumam exigir alinhamento com regras institucionais [F5][F4].
Cronograma prático em 48–72h e 2–6 semanas
- 48–72 horas: consolidar comentários, priorizar, distribuir tarefas e enviar prazos.
- Semana 1–3: executar correções críticas e revisar língua.
- Semana 3–6: revisar tabela de respostas, obter validadores internos, finalizar carta de submissão.
Mapa de responsabilidades: crie um arquivo compartilhado com tarefas, prazos e responsáveis. Limite: se coautores não respondem, estabeleça prazo final e notifique orientador; em casos extremos reconsidere autoria ou escalone a coordenação do programa.
Como validamos
O fluxo foi testado com guias editoriais e práticas de editoras, adaptado ao contexto brasileiro e integrado às recomendações de revisão [F1][F2][F3]. Templates e cronogramas reduziram tempo de re-submissão em exemplos coordenados pela autora.
Conclusão e próximos passos
Identifique o tipo de rejeição, prepare uma tabela de respostas clara, corrija pontos que comprometem validade e melhore linguagem e figuras. Aja rápido: nas primeiras 72 horas priorize e distribua; em 2–6 semanas conclua revisões e re-submeta.
Ação prática imediata: abra um documento com a tabela de respostas e registre cada comentário com uma ação e prazo hoje mesmo. Recurso institucional útil: consulte o núcleo de apoio à pesquisa da sua universidade para revisão de língua e estatística.
FAQ
Quanto tempo preciso para re-submeter?
Resposta direta: re-submissão costuma levar 2–6 semanas, dependendo da necessidade de novas análises. Priorize correções que afetam validade e solicite revisão de língua em paralelo para reduzir o prazo.
Posso responder aos revisores mesmo se discordar?
Resposta direta: sim, é correto discordar desde que a discordância seja técnica e bem fundamentada. Explique a razão com referências ou análise adicional e indique claramente onde o revisor pode verificar a sua justificativa como próximo passo.
E se a rejeição foi um desk reject?
Resposta direta: um desk reject frequentemente indica desalinhamento de escopo; submeter a outro periódico alinhado é geralmente a melhor opção. Revise título, resumo e ponto central antes de reenviar e escolha revistas com escopo compatível.
Devo incluir todos os revisores na carta de submissão?
Resposta direta: não; a carta deve sumarizar alterações principais e mencionar que a tabela de respostas está anexada, sem repetir ponto a ponto. Anexe a tabela e mantenha a carta concisa como próximo passo.
O que fazer se precisar de nova análise estatística?
Resposta direta: busque um estatístico do núcleo ou da universidade e descreva claramente o que foi rodado. Documente métodos e resultados de forma objetiva e informe no texto e na tabela de respostas onde o leitor encontra os novos resultados.
Autoria
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F1] – https://www.frontiersin.org/for-authors/submitting-research/what-to-do-if-your-manuscript-is-rejected
- [F2] – https://www.elsevier.com/connect/what-to-do-if-your-paper-is-rejected
- [F3] – https://authorservices.wiley.com/author-resources/Journal-Authors/Prepare/writing-for-peer-review/responding-to-reviewers.html
- [F4] – https://www.gov.br/capes/pt-br
- [F5] – https://www.ufrj.br/