7 passos para começar sua escrita acadêmica sem insegurança

Mãos digitando em laptop com rascunho, cadernos e artigos impressos sobre a mesa, visão superior

A sensação de não saber por onde começar é comum e pode levar a atrasos no cronograma, prorrogação de prazos ou até risco de perda de bolsa. Este guia entrega passos práticos e quantificáveis para organizar o trabalho, gerir referências e revisar com checklist em ciclos curtos (4–8 semanas). O caminho direto inclui organização inicial, gestão de referências e revisão com checklist.

Prova rápida: orientações de editoras e manuais universitários concordam que esboço, gerenciador de referências e revisão por pares reduzem retrabalho e problemas de integridade [F2][F3]. A seguir, encontrará perguntas respondidas, passos acionáveis e modelos simples que pode aplicar já hoje.

Comece definindo a pergunta, desenhando um esqueleto com as seções essenciais e registrando buscas em um gerenciador de referências. Em seguida, escreva blocos de 200–400 palavras por seção e valide formatação com o guia do seu programa. Em semanas você terá rascunhos revisáveis e confiança segura.

Perguntas que vou responder


Por onde começo? (perguntas, hipótese, público)

Tela do laptop com biblioteca de referências e PDFs ao lado, notas de citação sobre a mesa

Mostra a organização inicial de referências e PDFs no gerenciador para iniciar buscas e salvar fontes.

Conceito em 1 minuto

Começar é escolher uma pergunta de pesquisa clara, identificar o público-alvo e esboçar um mapa de seções. Isso transforma uma ideia vaga em objetivo mensurável e orienta buscas e métodos.

O que os guias mostram [F2]

Guias de editoras recomendam começar pela pergunta e pelo público, porque isso define termos de busca, critérios de seleção de literatura e o formato do manuscrito [F2]. Manuais universitários brasileiros reforçam a necessidade de documentação das buscas [F3].

Passo a passo aplicável hoje (Checklist inicial)

  1. Escreva em uma frase: qual é a pergunta? Para quem interessa?
  2. Abra um documento e crie título provisório e 5 seções principais.
  3. Registre 10 palavras-chave e execute 3 buscas em bases como SciELO/PubMed.
  4. Salve 15–30 referências no Zotero ou Mendeley, com notas rápidas.

Exemplo autoral: quando orientei uma aluna que vinha do curso de serviço social, começamos com uma pergunta simples sobre acesso a políticas públicas. Em 10 dias ela tinha esqueleto, 20 referências e um rascunho de introdução; isso tornou as reuniões mais objetivas.

Como montar um esqueleto funcional (IMRaD e variações)

Caderno com esboço de seções e fluxograma do artigo, caneta e notas adesivas em mesa

Ilustra um esqueleto de seções (IMRaD) para organizar o manuscrito antes de escrever.

O que é e quando usar IMRaD

IMRaD significa Introdução, Métodos, Resultados e Discussão. Funciona bem em artigos empíricos e relatórios; em humanidades, prefira seções temáticas adaptadas ao argumento.

Exemplo de adoção por editoras [F2][F4]

Revistas indexadas no SciELO e guias de periódicos mostram preferência por estruturas claras que facilitem leitura e revisão por pares [F4][F2]. Para teses, manuais universitários indicam formatos específicos que devem ser seguidos [F3].

Mapa de seções em 6 passos (modelo rápido)

  1. Título provisório e resumo de 150 palavras.
  2. Introdução com pergunta, lacuna e objetivo.
  3. Métodos: desenho, amostra, instrumentos, análise.
  4. Resultados: tabelas e descrições objetivas.
  5. Discussão: interpretação, limitações, implicações.
  6. Conclusão e próximas etapas.

Diagrama textual: imagine linhas conectando pergunta → método → resultado primário → conclusão; isso ajuda a não saltar etapas.

IMRaD não é universal. Em revisões teóricas ou artigos de opinião, force estrutura narrativa e tópicos analíticos em vez de tentar encaixar IMRaD.

Como gerir referências e citar sem erro

Conceito em 1 minuto

Gerenciador de referências é uma ferramenta que centraliza PDFs, citações e estilos bibliográficos; usar desde o primeiro rascunho evita perda de fontes e inconsistências.

O que os manuais e estudos recomendam [F3][F1]

Manuais de redação e orientações institucionais pedem registro das buscas e uso consistente de estilos; agências como CAPES definem requisitos para dissertações e teses [F3][F1].

Checklist prático para começar no gerenciador

  1. Instale Zotero ou Mendeley e crie uma pasta para o projeto.
  2. Importar 15–30 referências com PDFs e anotações.
  3. Escolha o estilo exigido pelo seu programa e aplique no documento.
  4. Exporte relatório de buscas para anexar à metodologia.

Ferramenta extra: mantenha um arquivo “registro_de_buscas.md” com datas, bases e termos usados.

Se seu programa exige um gerenciador institucional ou formatação manual rígida, verifique primeiro com a secretaria; às vezes é preciso adaptar exportações ou fazer ajustes manuais.

Como escrever parágrafos claros e manter voz consistente

Caderno com parágrafo escrito e marcações de edição, caneta apoiada ao lado, visão superior

Exemplo visual de parágrafo editado e exercício prático para melhorar clareza e voz.

Conceito em 1 minuto

Parágrafo bem escrito apresenta uma ideia principal, evidência e ligação para o próximo. Parágrafos de 3–6 linhas e frases curtas reduzem ambiguidade.

O que autores e editoras indicam [F2]

Elsevier e guias de redação recomendam frases curtas, parágrafos de 3–6 linhas e consistência de voz para reduzir ambiguidade e facilitar revisão [F2].

Modelo de parágrafo e exercício prático

  • Escreva a sentença-tese do parágrafo (máx. 20 palavras).
  • Inclua 1–2 evidências ou citações.
  • Termine com uma frase de ligação que prepare a ideia seguinte.

Exercício: reescreva um parágrafo longo em três sentenças, priorizando clareza.

Em trechos históricos ou literários, frases longas podem ser necessárias para nuance; não sacrifique a precisão estilística por regras rígidas.

Como revisar, checar integridade e formatar para submissão

Conceito em 1 minuto

Revisão sistemática inclui checagem de formato, consistência de citações e verificação de integridade acadêmica, incluindo prevenção de plágio.

O que guias institucionais e estudos indicam [F1][F5]

Agências e estudos sobre práticas de escrita académica indicam que checklists reduzem erros comuns e melhoram a chance de aceitação em programas e periódicos [F1][F5].

Checklist de integridade antes de submeter

  1. Conferir estilo bibliográfico e margens conforme o manual do programa.
  2. Rodar verificador de similaridade e revisar citações problemáticas.
  3. Completar declaração de autoria e conflitos de interesse.
  4. Pedir leitura crítica do orientador e de um colega.

Ferramenta prática: peça ao bibliotecário do seu campus uma sessão de 30 minutos sobre regulamentos de formatação.

Ferramentas de verificação automática não substituem leitura humana; se o detector apontar similaridade, revise e reescreva trechos, citando corretamente.

Como negociar prazos e revisões com orientador e banca

Mãos digitando e‑mail, calendário e rascunho no canto da mesa, mostra planejamento de prazos

Mostra preparo de e‑mail e cronograma para negociar prazos e formatar devolutivas com o orientador.

Conceito em 1 minuto

Comunicação clara com orientador(a) evita mal-entendidos: combine prazos, formato de feedback e entregas parciais.

O que a prática mostra sobre orientação eficaz [F7][F2]

Artigos sobre cultura acadêmica recomendam ciclos curtos de rascunhos e feedback. Editoras também incentivam rascunhos com objetivos claros para reduzir idas e vindas [F7][F2].

Script e cronograma para sua primeira proposta

  1. Envie por e-mail título provisório, pergunta e esqueleto em 1 página.
  2. Sugira datas: reunião em 7–14 dias para feedback; rascunho completo em 4–6 semanas.
  3. Combine formato de devolutiva: comentários no PDF, reunião síncrona ou notas por tópico.

Modelo de e-mail: “Prof.ª X, anexo esqueleto e 15 referências iniciais. Pode reservar 30 minutos na próxima semana para feedback?” Isso mostra organização e respeito ao tempo do orientador.

Se o orientador for inacessível, busque apoio do programa, núcleos de escrita ou coorientador; não pare o projeto aguardando retorno indefinido.

Como validamos

Este guia foi estruturado a partir de manuais de editoras e universidades, diretrizes institucionais brasileiras e literatura sobre práticas de escrita [F2][F3][F1]. Priorizei fontes aplicáveis ao contexto de mestrado no Brasil e traduzi recomendações em passos acionáveis. Quando a fonte específica não tratava de um detalhe, aplicou-se consenso editorial e experiência da autora.

Resumo: inicie pela pergunta, crie um esqueleto, registre referências desde já e aplique checklists antes de submeter. Ação prática agora: abra seu gerenciador de referências e salve 15–30 entradas, depois agende uma reunião com seu orientador em 7–14 dias. Recurso institucional recomendado: consulte o manual de redação do seu programa ou a seção de normas da CAPES.

FAQ

Quanto tempo leva para ter um rascunho aceitável?

Ciclos de 4–8 semanas são razoáveis para um rascunho inicial.

Planeje revisões curtas e constantes a cada 1–2 semanas; isso evita acúmulo de trabalho no fim.

Preciso usar Zotero ou posso manter referências em planilha?

A tese direta: gerenciadores automatizam citações e reduzem erros; planilhas exigem protocolo rigoroso.

Próximo passo: se usar planilha, crie campos obrigatórios (autores, ano, DOI) e um procedimento claro de exportação.

Como sei se meu capítulo ou artigo segue a norma do programa?

Consulte o manual de teses da universidade e valide com a secretaria ou bibliotecário.

Próxima ação: envie um rascunho curto para validação prévia na secretaria ou biblioteca.

E se eu descobrir plágio após submeter?

Informe imediatamente o orientador e a coordenação; transparência e correção atenuam consequências.

Próximo passo: corrija o texto, documente as alterações e fortaleça processos de registro para evitar recorrência.

Posso escrever em voz ativa mesmo em áreas que preferem voz passiva?

A clareza costuma ser valorizada e a voz ativa é aceitável se o hábito editorial permitir.

Próxima ação: verifique artigos recentes da sua área e ajuste conforme o padrão editorial observado.


Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.

Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.


Referências

  • [F2] – <a href="https://www.elsevier.com/authors/author-services/how-to-write-your-paper” rel=”nofollow noopener”>https://www.elsevier.com/authors/author-services/how-to-write-your-paper
  • [F3] – <a href="https://www.ufsc.br/ensino/manual-de-redacao-cientifica.pdf” rel=”nofollow noopener”>https://www.ufsc.br/ensino/manual-de-redacao-cientifica.pdf
  • [F1] – <a href="https://www.gov.br/capes/pt-br” rel=”nofollow noopener”>https://www.gov.br/capes/pt-br
  • [F7] – <a href="https://www.nature.com/articles/d41586-018-05469-7″ rel=”nofollow noopener”>https://www.nature.com/articles/d41586-018-05469-7
  • [F5] – <a href="https://journals.plos.org/ploscompbiol/article?id=10.1371/journal.pcbi.1002102″ rel=”nofollow noopener”>https://journals.plos.org/ploscompbiol/article?id=10.1371/journal.pcbi.1002102
  • [F4] – <a href="https://www.scielo.br/” rel=”nofollow noopener”>https://www.scielo.br/

Atualizado em 24/09/2025