3 maneiras simples de vencer a procrastinação no mestrado

Mestranda escrevendo em laptop com caderno, timer e planilha aberta, ambiente de estudo organizado

Você está presa entre leituras acumuladas, prazos que encostam e a sensação de que o networking só acontece para outros. Esse é o problema: procrastinação corrói tempo, bem‑estar e visibilidade acadêmica. Neste texto, você vai aprender três práticas concretas para cortar o adiamento e, ao mesmo tempo, transformar eventos e mentorias em contatos úteis.

A recomendação vem de evidências sobre intervenções de autorregulação e estudos sobre mentoria aplicados a pós‑grupos, além de experiências práticas em programas que adotaram micro‑tarefas e grupos de responsabilidade [F3] [F2] [F6]. Apresenta as técnicas, dados relevantes e passos práticos para aplicar já hoje.

Implemente micro‑sprints com registros públicos, forme um grupo de responsabilidade curto e proteja 2 horas semanais para escrita; essas três ações reduzem o adiamento e abrem portas para networking efetivo, com evidência de impacto em curto a médio prazo [F3] [F6].

Use 3 micro‑sprints diários (25–45 minutos) registrados em planilha compartilhada, encontre 2 colegas para reuniões semanais de 15 minutos e reserve 2 horas semanais sem interrupções para escrever; acrescente uma ação de networking mensal. Essas medidas combinam autorregulação e mentoria, gerando ganhos rápidos na produtividade e em contatos.

Perguntas que vou responder


Vale a pena juntar combate à procrastinação com networking?

Conceito em 1 minuto

Procrastinação é adiamento voluntário de tarefas relevantes; networking significa ações intencionais para criar relações profissionais. Juntar as duas coisas quer dizer usar a disciplina de rotina para produzir outputs que alimentem conversas, apresentações e convites para colaborar.

O que os dados mostram [F2] [F1]

Estudos sobre intervenções comportamentais mostram redução do adiamento e do estresse quando há autorregulação estruturada, o que também aumenta a produção acadêmica e a permanência nos programas [F2]. Políticas nacionais encorajam redes e mentorias, que amplificam oportunidades quando estudantes conseguem produzir e divulgar trabalho [F1].

Checklist rápido para decidir agora

  • Faça uma lista das suas três prioridades de 30 dias.
  • Identifique um evento ou contato que seria beneficiado por cada prioridade.
  • Marque no calendário micro‑sprints dedicados a produzir um material mínimo para esse contato.

Se sua carga clínica ou profissional varia muito semana a semana, micro‑sprints fixos podem falhar; prefira um bloco móvel protegido por dia e comunique isso ao seu grupo de responsabilidade.


Mesa com laptop, checklist e cronômetro representando micro‑sprints e organização de tarefas
Ilustra os três métodos práticos (micro‑sprints, grupos de responsabilidade e agendas) para aplicar na rotina.

Quais são as 3 maneiras e como aplicá‑las na rotina do mestrado?

Conceito em 1 minuto

As três maneiras são: micro‑sprints temporizados, grupos de responsabilidade/mentoria e agendas de eventos + autocuidado. Cada uma ataca uma causa da procrastinação e gera oportunidades de contato.

O que os dados mostram [F3] [F4]

Intervenções baseadas em autorregulação e pomodoro reduzem adiamento e aumentam qualidade de escrita; sprints curtos com revisão semanal dão resultados rápidos [F3]. Estudos sobre micro‑tarefas e compromissos públicos indicam aumento de responsabilização e progresso mensurável [F4].

Passo a passo aplicável (template de 7 dias)

  1. Dia 1: divida uma entrega em 6 micro‑tarefas de 30 minutos.
  2. Dias 2–6: execute 3 micro‑sprints por dia, registre tempo e resultado em planilha.
  3. Dia 7: reunião de 15 minutos com par/orientador para prestação de contas.

Peça à coordenação uma planilha compartilhada do programa para facilitar o registro coletivo.

Para quem enfrenta crises de saúde mental, intervenções autoaplicadas podem ser insuficientes; busque suporte profissional enquanto usa sprints leves como complemento.


Três colegas em chamada rápida e anotações, simulando grupo de responsabilidade e prestação de contas
Mostra um formato prático de grupo com reuniões breves e metas semanais para aumentar responsabilização.

Como montar e manter um grupo de responsabilidade que funcione?

Conceito em 1 minuto

Grupo de responsabilidade é um pequeno conjunto de colegas com metas semanais claras, prestação rápida de contas e, se possível, um mentor mensal para feedback externo.

O que os dados mostram [F6] [F3]

Redes de mentoria amplificam impacto de pares: encontros curtos e metas específicas elevam aderência e geram oportunidades de colaboração [F6]. Estudos de autorregulação mostram que a contabilidade social reduz a tendência a procrastinar [F3].

Modelo pronto: estrutura de 8 semanas

  • Formato: trios ou duplas, 15 minutos semanais por chamada.
  • Agenda fixa: 1) meta da semana, 2) entrega de pequeno artefato, 3) obstáculos e suporte.
  • Mentor mensal: 30 minutos com um egresso ou docente para revisar portfólio e indicar contatos.

Exemplo autoral: em um piloto no meu programa, um trio passou de 0 a 3 submissões em 3 meses apenas por adotar o registro semanal e um mentor convidado; pequenas vitórias criaram efeito bola de neve.

Se o grupo virar apenas narrativa sem entregas mensuráveis, abandone o formato e volte a pares com responsabilidades documentadas.

Como usar eventos científicos para fazer networking sem perder tempo?

Conceito em 1 minuto

Eventos são recursos escassos: planeje objetivos antes, escolha 2 contatos prioritários e defina uma ação de follow‑up imediatamente após o evento.

O que os dados mostram [F1] [F5]

Políticas institucionais que incentivam mobilidade e presença em eventos aumentam as chances de coautoria e visibilidade; agendas estratégicas geram retornos maiores quando combinadas com produção regular [F1] e treinamentos institucionais melhoram eficácia de participação [F5].

Roteiro prático para cada evento (aplicável hoje)

Mãos anotando em caderno durante evento científico, com crachá e notas de follow‑up
Exemplifica o roteiro antes/durante/depois para transformar participação em eventos em contatos úteis com ações de follow‑up.
  1. Antes: identifique 2 pessoas que quer conhecer e prepare 1 pergunta por pessoa.
  2. Durante: faça anotações breves sobre afinidades e projetos.
  3. Depois: envie um e‑mail curto com um material de 1 página ou link para seu resumo; marque 1 ação de follow‑up em 14 dias.

Participar de eventos só para constar no currículo pode gerar fadiga; prefira eventos menores e bem selecionados a uma lista longa de participações sem objetivo.

Em quanto tempo dá para ver resultados reais?

Conceito em 1 minuto

Resultados práticos aparecem em janelas diferentes: organização e redução de procrastinação podem ser notáveis em semanas; networking costuma render frutos em meses.

O que os dados mostram [F3] [F6]

Intervenções digitais e comportamentais mostram efeitos no curto prazo (semanas a meses) na redução do adiamento e na produção; a formação de redes e colaborações costuma exigir manutenção e oportunidade institucional para amadurecer [F3] [F6].

Plano de 90 dias para evidência concreta

  • 0–14 dias: implemente sprints e registro público.
  • 15–45 dias: consolide grupo de responsabilidade e mentorias mensais.
  • 46–90 dias: aplique em 1 evento ou apresentação e registre pelo menos 1 follow‑up.

Se seu orientador não participa, os prazos podem se alongar; busque coorientadores, egressos ou pró‑reitoria para validação externa.

O que fazer quando nenhuma das estratégias funciona para você?

Mesa com caderno, celular e uma xícara, sugerindo busca por apoio e ajustes de metas em situações de sobrecarga
Indica passos imediatos: buscar apoio de saúde mental, reduzir metas temporariamente e ajustar carga do programa.

Conceito em 1 minuto

Nem todas as ferramentas servem a todas as situações; resistência persistente pode indicar sobrecarga, burnout ou questões que exigem intervenção clínica.

O que os dados mostram [F2] [F3]

Reduções significativas de procrastinação ocorrem com suporte contínuo; quando medidas leves falham, intervenções psicológicas breves, como terapia cognitivo‑comportamental digital, podem ser necessárias [F2] [F3].

Passos imediatos se nada muda

  • Agende avaliação com serviço de saúde mental da IES.
  • Reduza metas para o essencial por 2 semanas e mantenha apenas 1 sprint diário.
  • Peça um encontro com a coordenação do programa para ajustar carga e prazos.

Autocuidado sozinho não resolve riscos clínicos; não hesite em interromper estratégias e buscar atendimento especializado.


Como validamos

As recomendações brotam de revisão das fontes citadas, da experiência de aplicação em programas de pós e de orientações práticas usadas por mentorias acadêmicas. Unimos evidência empírica sobre sprints e autorregulação com guias de construção de redes e prática institucional para gerar um conjunto de passos aplicáveis.

Conclusão e próximos passos

Resumo: comece hoje com três ações mensuráveis: (A) três micro‑sprints diários registrados; (B) grupo de responsabilidade com reunião semanal de 15 minutos e um mentor mensal; (C) dois horários semanais protegidos para escrita e uma ação de networking por mês.

Ação prática: hoje, crie a planilha compartilhada e convide dois colegas para um teste de 4 semanas.

FAQ

Quantos sprints devo fazer por dia?

Comece com 2 a 3 sprints de 25–45 minutos. Próximo passo: defina hoje 2–3 janelas no seu calendário e registre o primeiro sprint para avaliar ajuste.

Posso usar apps para controle?

Apps ajudam, mas o diferencial é o registro público e a revisão semanal com pares ou orientador. Próximo passo: escolha um app que permita exportar dados e configure uma planilha compartilhada para registrar os sprints.

E se meu orientador não apoiar?

Forme um grupo de pares e busque um mentor egresso; documente progresso para apresentar resultados ao orientador depois de 4 semanas. Próximo passo: organize um relatório de 4 semanas com entregáveis para demonstrar ganho de produtividade.

Quanto tempo dedicar ao networking por semana?

Reserve 1 ação de networking por mês e 30–60 minutos por semana para preparar follow‑ups; qualidade vence quantidade. Próximo passo: agende hoje 30 minutos semanais para preparar o e‑mail de follow‑up do próximo evento.

Essas técnicas funcionam para doutorado também?

Sim, os princípios valem para doutorado; ajuste a intensidade dos sprints e amplie o horizonte de objetivos para projetos de longo prazo. Próximo passo: adapte o plano de 90 dias para um cronograma de 12–18 meses com checkpoints trimestrais.


Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.

Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós‑doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.


Atualizado em 24/09/2025