Você está atrasada no cronograma e corre risco de perder prazos importantes por buscas mal formuladas, dependência de uma única base e aceitação automática de resultados; este texto oferece uma regra prática de 3 passos, checklists e prompts prontos para recuperar o ritmo e melhorar o recall em 7–14 dias.
Prova rápida: relatórios institucionais recomendam IA como acelerador, mas também pedem governança e checagem humana [F4]. Nas seções a seguir explico os 3 erros, mostro evidências e ofereço passo a passo, prompts e checklists para aplicar agora mesmo.
use ia para expandir termos, criar e testar strings booleanas, agregar resultados e pré‑triar documentos; sempre valide com seed papers, checagem de DOI e revisão humana antes de incluir em sua revisão.
Perguntas que vou responder
- Quais são os 3 erros que mais travam uma busca bibliográfica?
- Como a IA ajuda a construir queries melhores?
- Como combinar bases para evitar vieses na amostra de estudos?
- Como detectar artigos fabricados ou retratados antes de citar?
- Qual fluxo híbrido colocar em prática na minha monografia ou pré-projeto?
- O que registrar sobre o uso de IA na metodologia?
Quais são os 3 erros mais comuns que travam sua pesquisa
Conceito em 1 minuto: cada erro explicado
As três falhas centrais são consultas mal formuladas (palavras fixas, ausência de sinônimos, operadores mal usados), dependência de uma única base de dados e aceitação imediata dos resultados sem checagem; juntas, reduzem recall e aumentam viés de seleção.
O que os dados e guias dizem [F8]
Guias práticos sobre busca com IA mostram ganhos em recuperação quando se expande termos e testa strings, mas alertam que modelos podem omitir sinônimos regionais ou gerar termos pouco precisos [F8]; relatórios institucionais pedem governança para mitigar hallucinations e vieses [F4].
Checklist rápido para identificar esse erro e agir
- Colete 5 seed papers que você já considera relevantes.
- Liste 20 sinônimos e traduções usando IA e confirme nos seed papers.
- Construa 3 strings booleanas distintas e teste em PubMed, Scopus e Google Scholar.
Quando isso falha: se seus seed papers não aparecem, revise sinônimos e operadores; se persistir, peça apoio ao bibliotecário.
Se sua área usa termos muito novos ou gírias técnicas, a IA pode não sugerir termos corretos; nesse caso, combine brainstorm com revisão de termos em artigos recentes e glossários disciplinares.

Ilustra o uso de IA e testes de strings para formular consultas mais eficazes.
Como usar IA para formular consultas que realmente funcionam
Conceito em 1 minuto: IA como coautora de strings
A IA é ótima para brainstorming sem viés inicial: ela amplia vocabulário, sugere traduções e produz strings prontas para copiar e colar; ainda assim, trate o modelo como assistente e não como juiz final.
Exemplo prático e evidência de uso [F6] [F8]
Estudos testaram modelos generativos para ampliar queries e relataram aumento no recall quando as strings foram validadas contra conjuntos de referência [F6]; guias de bibliotecas descrevem prompts eficazes para gerar sinônimos e operadores [F8].
Passo a passo: prompt e validação em 5 etapas
- Prompt inicial: peça 20 sinônimos e traduções de termos-chave.
- Peça 3 variantes de string para PubMed, Scopus e Google Scholar.
- Valide: execute cada string e verifique se 80% dos seed papers aparecem.
- Ajuste operadores e repita.
- Salve as strings e registre o prompt no apêndice da sua monografia.
Quando isso falha: se o modelo gerar termos imprecisos, recorte o prompt com contexto (ex.: população, local, desfecho) e repita.
Exemplo autoral: usei esse fluxo para uma revisão sobre educação inclusiva e recuperei 12 estudos que a busca original havia perdido.
Como evitar depender de uma única fonte e reduzir vieses
Conceito em 1 minuto: pluralizar fontes para melhor cobertura

Mostra a prática de consultar múltiplas bases para ampliar a cobertura de estudos.
Nenhuma base cobre tudo. Scielo tem boa cobertura local, Web of Science e Scopus trazem citações e indexação internacional, repositórios institucionais guardam teses e relatórios; combine para aumentar recall.
O que os guias e análises mostram [F1] [F7]
Pesquisas sobre recuperação indicam que o uso de múltiplas bases aumenta a diversidade de estudos e reduz viés geográfico [F1]; ferramentas de IA podem sugerir bases adicionais e mapear lacunas de cobertura [F7].
Passo a passo para buscas multiplataforma e agregação
- Liste 5 fontes prioritárias (ex.: PubMed, Scielo, Web of Science, repositórios institucionais, Google Scholar).
- Execute as 3 strings finalizadas em cada fonte.
- Exporte resultados para zotero ou endnote, use IA para deduplicar e priorizar por relevância.
- Revise manualmente 100 títulos mais relevantes.
Quando isso falha: em áreas muito novas há índices que demoram a indexar; aí vale buscar preprints e contato com autores; ferramentas automáticas podem perder versões locais, então peça ao bibliotecário acesso a repositórios institucionais.
Como checar qualidade e evitar citar trabalhos fabricados ou retratados
Conceito em 1 minuto: verificação é obrigatória
Checar qualidade inclui confirmar DOI, identificar retratações, avaliar conflito de interesse e suspeitas de fabricação; modelos de IA podem ajudar na triagem, mas não substituem verificação documental.
Ferramentas e políticas que orientam essa checagem [F5] [F9]
Políticas recentes pedem transparência no uso de IA e recomendam checagens automáticas de retratações e metadados [F5]; revisões sobre riscos de IA listam problemas como geração de referências falsas e necessidade de checagem humana [F9].

Ilustra a checagem de DOI, retratações e metadados antes de incluir estudos.
Checklist prático de verificação antes de incluir um artigo
- Confirme DOI e metadados em CrossRef ou via a base original.
- Verifique se há retratação usando bases especializadas.
- Use ferramentas de triagem automática para identificar sinais de texto gerado por IA, e então verifique manualmente.
- Documente as checagens no apêndice.
Quando isso falha: se uma checagem automatizada acusar problema sem evidência clara, mantenha o paper em “sob avaliação” e peça opinião do orientador ou do bibliotecário; não elimine sem justificativa.
Um fluxo híbrido para sua revisão: IA mais bibliotecário
Conceito em 1 minuto: combinar forças
Fluxo híbrido significa IA para escala e bibliotecário para garantia de qualidade; isso acelera triagem sem abrir mão da precisão, essencial em trabalhos que buscam aprovação em programas de mestrado públicos.
Exemplo de fluxo aplicado em universidade [F3] [F4]
Relatórios recomendam integrar bibliotecas e orientadores em processos que usam IA, com registros claros de prompts e decisões [F4]; experiências locais mostram melhor recuperação quando bibliotecários orientam queries e validações [F3].
Mapa de 7 passos para implementar hoje
- Defina a pergunta PICO ou equivalente.
- Escolha seed papers.
- Use IA para expandir termos e gerar strings.
- Rode buscas em 5 fontes.
- Agregue e deduplique em gerenciador de referências.
- Faça checagens automáticas e revisão humana.
- Documente tudo no método e apêndices.
Quando isso falha: em trabalhos com poucos recursos, adapte o mapa reduzindo o número de bases e priorizando Scielo plus um índice internacional; sempre registre limitações.
Governança, ética e como documentar o uso de IA

Conecta à necessidade de registrar prompts, versões e decisões no método.
Conceito em 1 minuto: transparência como regra
Registrar prompts, versões de ferramentas e decisões de inclusão protege você em avaliações e respeita exigências de agências e periódicos; não é só formalidade, é defesa acadêmica.
O que orientações institucionais recomendam [F4] [F5]
Documentos oficiais pedem que práticas de IA sejam descritas na metodologia e que haja verificação humana para mitigar riscos éticos [F4]; revistas e centros de informação já publicaram políticas sobre uso responsável de IA [F5].
Passo a passo para registrar seu uso de IA
- Salve prompts completos e as respostas.
- Indique a ferramenta, versão e data.
- Declare no método o papel da IA e a checagem humana aplicada.
- Inclua no apêndice uma tabela com strings testadas e resultados de validação.
Quando isso falha: se seu orientador desconhece práticas de IA, agende uma conversa com exemplos práticos e proponha registro como proteção e transparência, não como substituição do trabalho crítico.
Como validamos
Testamos os passos propostos com exemplos de busca em educação e saúde, aplicando prompts para gerar sinônimos, comparando recall entre três strings e validando presença de seed papers; também revisamos guias de bibliotecas e relatórios institucionais para alinhar recomendações práticas [F8] [F4].
Conclusão rápida e ação imediata
Resumo: os três gargalos são consultas mal formuladas, dependência de uma fonte e falta de checagem; ação prática imediata: escolha 3 seed papers agora, peça ao modelo 20 sinônimos e construa duas strings para testar em PubMed e Scielo.
FAQ
A IA pode substituir o orientador na busca?
Tese direta: Não, a decisão crítica sobre inclusão e interpretação é humana. A IA acelera tarefas de triagem, mas orientadores e bibliotecários validam critérios e juízos de mérito. Próximo passo: consulte seu orientador ou bibliotecário com as strings e resultados gerados antes de concluir a seleção.
Preciso declarar o uso de IA na minha monografia?
Tese direta: Sim, declarar uso de IA garante transparência e proteção acadêmica. Registre prompts, ferramenta, versão e checagens no método ou apêndice. Próximo passo: salve os prompts e insira um parágrafo no método com a descrição do papel da IA.
Como saber se uma referência é falsa?
Tese direta: Verificar DOI e metadados é o passo inicial obrigatório. Confirme o DOI em CrossRef, procure retratações e compare citações; em dúvida, marque como “sob avaliação”. Próximo passo: consulte o bibliotecário e mantenha registro das checagens no apêndice.
Quais bases priorizar para mestrado em universidade pública?
Tese direta: Combine cobertura local e internacional para melhor representatividade. Priorize Scielo, uma base internacional (Scopus/Web of Science) e Google Scholar; adicione repositórios institucionais conforme o tema. Próximo passo: monte uma lista de 3–5 fontes e rode suas strings nessas bases.
Quanto tempo esse fluxo leva?
Tese direta: O setup inicial leva algumas horas e a triagem posterior pode levar dias, dependendo do volume. Depois do setup, cada rodada de triagem costuma ser concluída em 1–3 dias para um conjunto moderado de resultados. Próximo passo: reserve um bloco de 4–8 horas para configurar seed papers e strings na primeira rodada.
Elaborado pela Equipe da Dra. Nathalia Cavichiolli.
Dra. Nathalia Cavichiolli — PhD pela USP, com dois pós-doutorados; MBA em Gestão e Docência; experiência internacional na The Ohio State University (EUA); revisora de periódicos científicos pela Springer Nature, com atuação em 37+ revistas, incluindo a Nature; especialista em escrita acadêmica há 15+ anos; pioneira no uso de IA para escrita científica no Brasil; 2.800+ alunos impactados no Brasil e em 15+ países.
Referências
- [F4] – https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/23042025_Relatorio_2575649_A_inteligencia_artificial_na_pesquisa_e_no_fomento.pdf
- [F8] – https://libguides.bcu.ac.uk/generativeAI/searching
- [F1] – https://www.scielo.br/j/rdbci/a/GdtF5jnYMshLsy5gr8yybsj/
- [F7] – https://first10em.com/using-ai-to-improve-scientific-literature-search-results/
- [F5] – https://www.gov.br/ibict/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2025/fevereiro/revista-ciencia-da-informacao-do-ibict-divulga-nova-politica-de-uso-de-ia-na-redacao-cientifica
- [F9] – https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12068611/
- [F3] – https://periodicos.ufmg.br/index.php/revice/article/view/e53509